Pobreza e educação

Postado originalmente na Uol em 16/04/2011

Uma das dificuldades para a educação melhorar sua qualidade é o nível de vida da população mais pobre. Os testes não medem só o que os alunos sabem ou não, medem igualmente a desigualdade social, elegantemente chamada de nível sócio econômico.

O Banco Mundial nos informa: “A contínua valorização dos preços das commodities ameaça aumentar a população mundial de pobreza.”

Em um ano as matérias primas valorizaram modestos 36%. Com isso mais 44 milhões de pessoas entraram na linha de pobreza extrema, ou seja, pessoas que vivem com renda de 2 reais por dia – 60 reais por mês. Uma mesada dos filhos da classe média.

Se tais commodities subirem mais 10%, outros 10 milhões serão lançados na pobreza extrema.

Ao todo, no mundo, existem 1 bilhão e 200 milhões de pessoas na linha da miséria extrema dos dois dólares por dia.

E querem que a educação tenha qualidade… Os que geram a pobreza transferem o problema para as escolas. Todos têm que aprender independentemente do nível de pobreza. Chamam isso de equidade. E mais, se as escolas não conseguem equidade, têm que ser “responsabilizadas” – afinal alguém tem que ser responsável… Menos os que geram a pobreza.

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About Luiz Carlos de Freitas

Professor aposentado da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP - (SP) Brasil.
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