AFIRMAÇÕES MAL SUPORTADAS MINAM RELATÓRIO SOBRE ‘ESCOLAS DE ALTO-DESEMPENHO E ALTA-POBREZA’
Mark Paige, (508) 910-9037, mpaige@umassd.edu
William J. Mathis, (802) 383-0058, wmathis@sover.netBOULDER, CO (15 de janeiro de 2013) – Um recente relatório tenta identificar atributos comuns de escolas bem sucedidas. Mas, de acordo com uma análise feita deste relatório, ele deixa de fornecer suporte para suas afirmações, e ignora informações encontradas em suas próprias páginas sobre as necessidades fundamentais para se enfrentar a pobreza dos estudantes, se é que se quer melhorar os resultados da educação.
O relatório, “Fracasso não é opção: como diretores, professores, alunos e os pais de escolas de alto-desempenho de Ohio, em escolas de alta-pobreza, explicam seu sucesso”, foi escrito por Carolin Hagelskamp e DiStasi Christopher e publicado pela organização Public Agenda.
Ele foi revisado por Mark Paige, um professor da Universidade de Massachusetts-Dartmouth e Direito UMASS. A revisão é publicada pelo NEPC, abrigado na Universidade de Colorado em Boulder na Faculdade de Educação.
O relatório apresenta dados de nove escolas de Ohio caracterizadas como de “alta-pobreza” e que mostraram “sucesso sustentado.” Os perfis são construídos a partir de uma série de entrevistas com os administradores das escolas, professores, alunos e pais. O relatório identifica 11 atributos que os autores afirmam são encontrados nas escolas, e, em seguida, oferece seis recomendações para ajudar outras escolas a alcançar e manter sucesso semelhante.
Em sua revisão, Paige aponta para uma série de áreas onde o relatório está aquém dos padrões de pesquisa de qualidade. Por exemplo, a incerta ligação entre as recomendações do relatório e os chamados “atributos-chave” que são identificados como comuns às escolas de sucesso. Além disso, o relatório apresenta pouca explicação útil de como os “atributos essenciais” e as recomendações foram derivados.
Paige também aponta que as nove escolas da amostra não cumprem os critérios estabelecidos de escola de “alta-pobreza”, com quatro delas tendo níveis de pobreza próximos da média para as escolas do estado. De modo mais geral, a justificativa para a escolha dessas nove escolas não está devidamente explicada.
Mas Paige identifica a “deficiência maior” do relatório como segue: “enquanto ele é apresentado como forma de lidar com as necessidades de equidade, e os entrevistados apontam que os fatores de pobreza relacionados devem ser abordados, as recomendações falham em propor soluções ou explicitamente abordar esses fatores.”
As recomendações do relatório no nível de operações para a escola são geralmente razoáveis, mas os alunos de escolas de alta pobreza precisam de muito mais. Se o relatório fosse para reconhecer as necessidades que estão fora da escola e incluir recomendações para atender a essas necessidades, teria podido lidar mais completamente com o tema escolhido. Mas isso corresponderia a sair da mentalidade do “não há desculpas” ou “escolas milagrosas”, que os autores parecem adotar. A conseqüência, Paige conclui, é que o relatório tem pouco a oferecer para avançar na reforma da escola e na equidade educacional.
Encontre a revisão de Mark Paige no site NEPC em: http://nepc.colorado.edu/thinktank/review-failure-not-option
Encontre o “Fracasso não é uma opção” por Carolin Hagelskamp e DiStasi Christopher na web em:
http://www.publicagenda.org/files/pdf/FailureIsNotAnOption_PublicAgenda_2012.pdf
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Luiz Carlos de Freitas
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