O processo de privatização é apenas uma das facetas das políticas de reforma empresarial em circulação no país. Na verdade, este processo é preparado e induzido por duas outras categorias que criam ou aceleram as condições para tal: responsabilização e meritocracia.
A privatização, por sua vez, apresenta várias formas: adoção de organizações sociais para administrar a escola, vouchers, parceria público privada, e também a adoção de sistemas de ensino pré-produzidos e que regulam as relações entre professores e alunos. Estes, podem ser ainda no formato de papel ou podem ser produzidos no sistema e-learning, interativos.
Recente estudo que pode ser acessado aqui, sugerido para o Blog por um de nossos leitores, examinou a adoção de sistemas privados de ensino pelos municípios.
“Uma pesquisa inédita realizada pela ONG Ação Educativa e pelo Grupo de Estudos e Pesquisas em Políticas Educacionais (Greppe) da USP, Unicamp e Unesp aponta que a adoção de sistemas privados de ensino por municípios brasileiros tem reduzido a disponibilidade de recursos para o setor, ameaçando a realização do direito humano à educação e cumprimento de metas do Plano Nacional de Educação 2014-2024.”
“De acordo com os dados obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação, em 2013, ao menos 339 municípios brasileiros adotavam um dos sistemas privados pesquisados: Sistema Aprende Brasil (SABE), da empresa Positivo; Sistema Municipal de Ensino (SOME), do Grupo Objetivo; Uno Público, do Grupo Santillana; e Anglo, da Abril Educação (hoje Somos Educação); com forte tendência de crescimento.”
Leia mais aqui sobre o estudo.
Sobre como se estabelecem relações entre a privatização, a responsabilização e meritocracia, acesse aqui.