Jamais você conseguirá convencer um genuíno reformador empresarial da educação de que suas receitas não funcionam. Eles padecem da “Síndrome de Genda”.
Elio Gaspari, a propósito da persistência neoliberal que também está na base da reforma empresarial, explica na Folha de São Paulo:
“Os çábios liberais garantem que Macri fritou-se por não ter feito tudo o que propunham, mas é possível que eles estejam tomados pela Síndrome de Minoru Genda.” (grifos meus)
Leia aqui.
Minoru Genda foi um oficial aviador da Marinha Imperial do Japão, um dos estrategistas do ataque japonês a Pearl Harbor em 1941, pegando as tropas americanas de surpresa. Com o ataque, os Estados Unidos acabaram por entrar na guerra que ganhariam, depois. Gaspari salienta que Genda, até o fim da vida, defendeu o ataque a Pearl Harbor e afirmava que “só deu errado porque faltou fazer mais um ataque”.
Importa destacar, aqui, a fé que Genda tinha no plano. Esta é uma excelente descrição que serve também para explicar a fé dos reformadores empresariais em suas receitas.
Quando questionado pelo fracasso da reforma empresarial americana, Bush que implementou as reformas empresariais primeiro no Texas como governador e depois no governo federal como presidente, respondeu que a responsabilização (accountability) proposta pela reforma empresarial fracassou porque havia faltado mais responsabilização ainda.
E assim vai. É fé. Um “bom” reformador nunca reconhece o fracasso e sempre dirá que sua receita não foi bem seguida ou que fracassou por não a levarem até o fim.
É a síndrome de Genda, descrita por Elio Gaspari, que os atormenta.
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