A reforma empresarial da educação avança em vários estados brasileiros, entre eles, o Paraná. Destaco a configuração de vouchers que o projeto já tem embutido. As terceirizadas que operarão as escolas do Paraná receberão o equivalente a 800 reais por aluno, além do valor do salário pago ao magistério. Esse valor/estudante é o embrião dos futuros vouchers. A lista de escolas privatizáveis chega a 200.
Com isso, implementa-se o desfinanciamento gradual do sistema escolar estatal e fortalece-se o mercado educacional em direção à extinção do sistema público de educação. Este é o programa da direita libertariana anti-estado: privatizar tudo e eliminar ao máximo o Estado.
A experiência americana indica que este valor, depois de instituído com a desculpa de que é para escola das crianças pobres, evoluirá para um valor que poderá passar a ser dado diretamente aos pais do estudante para que eles “escolham a escola” (pública ou privada) e, no momento seguinte é ampliado para todos os estudantes, pobres ou não, no chamado programa de universalização dos vouchers.
Esta ação visa facilitar o cumprimento do programa libertariano: a) permite maximizar o controle sobre o conteúdo e forma das escolas colocando-as nas mãos de agentes ideologicamente seguros (empresas, incluindo as confessionais ligadas às religiões), maximizando dessa forma o controle ideológico sobre a escola; e b) também permite criar um patamar de operação para as escolas privadas que aumente as margens de lucro e o interesse pela exploração econômica da educação.
A privatização, seja no Paraná em ensaios anteriores ou seja onde foi feita em larga escala como na educação americana e na chilena, não deu certo (veja por exemplo aqui e aqui).
Veja abaixo também em vídeo divulgado pela APP na semana passada mais detalhes sobre o Parana.
Como sempre fazem os reformadores, o projeto, se aprovado na Assembléia, vai solicitar referendo das escolas. Mas a politica é clara: primeiro as escolas são desestruturadas pelas políticas incompetentes da Secretaria e em seguida se dá a alternativa de aceitarem em referendo a privatização.
Na primeira tentativa feita no passado o projeto já foi rejeitado pelas escolas, mas os reformadores libertarianos não desistem. Portanto, a luta agora é nas escolas com os professores, gestores, funcionários e estudantes. Deles dependerá o futuro da educação pública no Paraná.
Um resumo sobre os problemas que a privatização gerará pode ser visto neste material feito pela APP Sindicato.
Precarização da escola pública para formar o precariado.
Força aos professores, gestores, funcionários, enfim, educadores, servidores públicos do Paraná!!! Digam um sonoro NÃO a este projeto desprezível! Vocês somos nós (paulistas) amanhã. Em São Paulo estão nos destruindo, nos minando dia após dia em todas as frentes possíveis. Salvemos a rede pública! Lutemos com todas as nossas forças pela verdadeira educação!