Postado originalmente na Uol em 2/12/2011
A revista Exame veicula esta semana entrevista com o empresário Jorge Gerdau. Ele comanda, diretamente ligado a Dilma, a Câmara de Políticas de Gestão, Desempenho e Competitividade. Juntamente com ele ainda estão Henri P. Reischtul, Presidente da Petrobras; Antonio Maciel Neto, Presidente da Suzano Papel e Celulose; Abílio Diniz, Presidente do Grupo Pão de Açucar.
Eles trabalham sem nenhuma remuneração, pela causa. Comandam um exército de 200 executivos que patrocinam e acompanham os resultados dos projetos desta Câmara. Gerdau atua visitando governadores nos Estados para passar suas propostas. Uma vez que o Governador aceita, estes empresários pagam a Mckinsey e outras consultorias para preparar o projeto para o estado implantar.
Note-se que é o mesmo modelo que o Estado de SP implantou para definir a política educacional na Secretaria de Educação. Um grupo de executivos e fundações paga a Mckinsey para ela fazer a auditoria e definir os projetos.
O modelo é muito parecido com o que os empresários americanos fizeram em seu país na década de 90 quando um grupo de 300 executivos fez lobby junto aos governadores dos estados americanos para implantar as políticas educacionais de responsabilização e meritocracia.
Aqui o modelo foi expandido para outras áreas, mas a lógica é a mesma. A reportagem é importante porque mostra que os empresários estão atuando no centro do sistema, mas também junto aos estados.
Detalhe: Gerdau é presidente do Comitê de Governança do Movimento Todos pela Educação que conta com patrocínio da Gerdau e da Suzano, entre outros.