Postado originalmente na Uol em 31/10/2011
Que os testes de alto impacto geram fraude está mais do que comprovado. Basta olhar para a realidade americana. Já divulguei aqui neste blog variados casos. A questão que não tem sido adequadamente abordada ainda, em especial no Brasil, é a questão ética.
O caso do ENEM, recente, ilustra isso. Um professor, ao que parece, divulga questões de um pré-teste para seus alunos em simulados. Alunos comentam, depois de serem beneficiados, com naturalidade terem tido acesso privilegiado aos itens.
Para nenhum deles a situação é vista como um problema ético. Todos acham que estão apenas fazendo uso da “lei de Gerson”, a que legitima levar vantagem em tudo.
O que estamos ensinando aos jovens ao permitir ou induzir a fraude associada aos testes de alto impacto?
Ensinamos que tirar nota é o alvo e para tal não importa os meios.
A fraude é naturalizada. Avaliações punitivas (pois impedem acesso a algo desejado) são objeto contínuo da fraude.
Isso é boa educação? É isso que queremos ensinar à juventude?