Callegari está certo

Haddad e Callegari estão certos. A Prova Brasil é suficiente. Não há por1que ter a Prova São Paulo. É preciso reduzir o número de dias que nossos alunos passam fazendo provas ou sendo preparados para fazê-las. Alegar diferenças entre provas (Prova São Paulo e Prova Brasil) é falta de argumentação. Bastam provas a cada dois anos para sabermos como anda a rede e mais, não é necessário nem que sejam censitárias. Finlândia vai bem e usa a mesma estratégia, ou seja, provas pouco frequentes e, lá, amostrais. O que é preciso é incentivar as escolas e seus professores a acompanhar localmente o desempenho dos alunos e agirem rápido.

Como bem afirma Callegari: “Avaliando a série histórica da aplicação da Prova São Paulo, não conseguimos observar tendência alguma, nem para cima, nem para baixo, nem para nada. Os resultados são totalmente discrepantes entre uma edição e outra. Nos últimos dois anos foram desperdiçados R$ 14 milhões, porque os dados não puderam ser aproveitados. É um desperdício muito grande para a cidade”.

E um alívio para a rede. O que deve ser feito é apoiar as escolas para que elas tenham seus processos de medição e análise.

O Estadão está descontente, pois representa a ala conservadora da educação (entre outras) a qual deseja entupir a escola de testes com a filosofia de que “pressionando vai”….

A filosofia dos testes de alto impacto foi uma criação americana que foi enfatizada no início dos anos 2000. Está sendo fortemente criticada nos Estados Unidos e submetida a revisão. Não há porque copiarmos por aqui.

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About Luiz Carlos de Freitas

Professor aposentado da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP - (SP) Brasil.
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3 Responses to Callegari está certo

  1. Avatar de Roberto Monteiro Roberto Monteiro disse:

    É querer sempre colocar a culpa no professor. E as condições didáticas das escolas públicas não serão avaliadas? No final de tudo é sempre o professor que é penalizado.

  2. Avatar de Fabricio Fabricio disse:

    Aqui no Rio de Janeiro, o secretario de educação estabeleceu a lei da mordaça, não é mais permitido criticar o teste do Saerj. Ele, também, está obrigando os professores a utilizar este teste como avaliação bimestral. Por trás disso, está o contrato milionário que a SEEDUC fechou com o CAED-UFJF para elaboração destes testes. Hoje as escolas funcionam em função dos testes . Está muito difícil trabalhar na rede estadual do RJ.

  3. Avatar de MARIA ESTELA SIGRIST BETINI MARIA ESTELA SIGRIST BETINI disse:

    Não é uma questão de culpabilidade, é como disse o professor Callegari, um desperdício de recursos. Os testes devem ser utilizados, quando bem elaborados para verificar quais as políticas públicas estão dando resultado, quias as tendências observadas da aplicação destas políticas. Neste sentido pode ser positiva, mas não para premiar esta ou aquela escola ou professor. Os resultados quando aplicados como avaliação das políticas pode nos dar um caminho.

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