Antes que seja usado por aqui para justificar ações de privatização, divulgo a crítica de um relatório pró-charters elaborado pela própria Aliança das Escolas Charters americana em defesa de seu “negócio”. É especialmente importante para o pessoal de Goiás, sob ameaça de privatização da educação básica por concessão.
O documento original da associação pode ser lido aqui. A crítica ao relatório pode ser lida no link que segue e tem o nome de “Separando fato e ficção: o que você precisa saber sobre as escolas charters” (em inglês).
O resumo da crítica ao relatório da Aliança das Escolas Charters feita por Gary Miron, William J. Mathis e Kevin G. Welner, de fevereiro de 2015, diz:
“A ironia de um recente relatório da Aliança Nacional de Escolas Charters é que ele se propõe a “separar fato de ficção” sobre as escolas charter. Infelizmente, na abordagem de 21 “mitos”, ele fica na ficção sempre útil para apoiar objetivos de advocacia [em prol das charters], perpetuando seus próprios mitos e ficções. Desde que ele se baseia esmagadoramente em outros documentos de apoio, ele não faz um exame equilibrado ou completo de qualquer um dos 21 “mitos”. Mas o exercício constitui uma excelente oportunidade para nesta revisão percorrer as várias reivindicações e sucintamente abordar cada uma delas. Entre as áreas abordadas estão a igualdade financeira das escolas charter, a baixa qualificação dos professores, a seleção demográfica de estudantes, os resultados acadêmicos, segregação e inovação. Enquanto o relatório da Aliança Nacional de Escolas Charters em si pode fornecer apenas as bases para a defesa das escolas charters, esperamos que os documentos combinados – o relatório mais esta revisão – ofereça uma visão geral dos problemas que permita uma compreensão mais abrangente.”
O estudo conclui que:
“Ao invés de buscar exaustivamente evidências na pesquisa disponível, o relatório da Aliança Nacional de Escolas Charters seleciona apenas alguns estudos de apoio. Em muitos casos, o relatório se limita a afirmar que a crítica não é verdadeira e então começa a discutir um ponto totalmente diferente. A maioria das publicações citadas para apoiar as reivindicações da Aliança para as escolas charters são de organizações de advocacia a favor das charters.”