UNESCO divulga estudo regional sobre desempenho dos estudantes na américa latina e caribe. O TERCE – Terceiro Estudo Regional Comparativo e Explicativo – é o estudo de desempenho da aprendizagem em larga escala mais importante na região latino americana.
Os países foram ordenados em três grandes grupos em função da média: significativamente abaixo da média; significativamente na média, ou significativamente acima da média. Quando comparado regionalmente, o Brasil se sai bem pois as médias em todas as medições de todas as disciplinas, para desgosto dos economistas de plantão, está ou equiparada à média latino americana ou acima dela. Mais informações aqui.
Como é evidenciado no mundo todo, o TERCE também mostra que os resultados da aprendizagem estão positivamente relacionados com o nível socioeconômico das famílias. Mais informações aqui e no site do INEP.
Ao contrário do PISA, que compara paises do mundo todo com enorme diversidade cultural, economica e social, o TERCE reune apenas 15 países (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai), além do estado de Nuevo León (México).
O estudo avalia o desempenho escolar no ensino fundamental – no 4º e 7º ano do ensino fundamental, no Brasil; e na 3a e 6a série, nos demais países – em matemática, linguagem (leitura e escrita) e ciências naturais. Os dados foram coletados em 2013. E importante: não foi feito para comparar uma país com outro como no PISA, tendo uma divulgação que evita este destino para os dados. Seu principal objetivo é fornecer informações para o debate sobre a qualidade da educação na região e orientar o processo de tomada de decisões nas políticas públicas educacionais.
A amostra no Brasil foi de mais de 6.000 alunos distribuídos em 302 escolas. No estudo, são aplicados testes para mensurar o desempenho de aprendizagem, assim como questionários para entender o contexto e as circunstâncias em que a aprendizagem acontece. Esta é a segunda medição dos resultados regionais. Os dados foram apresentados nesta quinta feira 30-07-15.
Certamente o estudo não vai chamar muito a intenção dos reformadores empresariais que só reconhecem o PISA como sua bússola. Além disso, é amostral provando que é possível conhecer o estado da educação por esta via quando não se quer fazer políticas de responsabilização e meritocracia.
O estudo descreve o que os alunos sabem tomando como referência o seu próprio currículo, assim como os situa em níveis de desempenho de acordo com as metas nacionais de aprendizagem do seu próprio país. Nada de escola “classe mundial” padrão. O objetivo é incentivar os sistemas escolares a melhorar a partir de sua realidade.
Para o diretor da OREALC/UNESCO Santiago, Jorge Sequeira, “a região tem realizado progressos significativos na alfabetização e na cobertura de seus sistemas educativos, mas ainda permanecem os desafios importantes em termos de qualidade e equidade”.
Segundo o estudo, a média de aprendizagem da região melhorou em todos os anos e áreas avaliadas; porém, a maioria dos estudantes ainda se concentra nos níveis mais baixos de desempenho (I e II), e são poucos os que estão classificados no nível superior (IV). Esta é a situação geral da região latinoamericana e do caribe.