A cada justificativa fornecida pelo ministro para explicar as inconsistências de seu currículo Lattes, aparecem novas complicações. Brigitte Wolf apontada como a professora com quem Decotelli teria trabalhado em Wuppertal na Alemanhã para realizar seus estudos de pós-doutoramento, afirma, em resposta à consulta da TV Globo, que ele “não obteve o apoio da empresa Krone para fazer a pesquisa de pós-doutorado”.
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Além disso, consta também no currículo que ele manteve vínculo institucional como professor com a FGV entre 2001 e 2017, mas a instituição afirma que ele atuou apenas como um colaborador em cursos de formação continuada.
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Com todas estas confusões (ver também aqui e aqui), deveria ser impossível mantê-lo no MEC. Isso pode até ocorrer, mas Bolsonaro não gosta de fazer nada sob pressão da imprensa e com isso, está mantendo o ministro no cargo, usando como justificativa os 40 anos de experiência de Decotelli.
Nada contra tomar como base sua experiência para nomeá-lo como ministro, já que ministros não necessitam ter currículo acadêmico, mas isso deveria ter sido feito desde o início e o ministro deveria ter tido o bom senso de não fabricar um currículo, incorrendo em aparentes problemas éticos e falhas graves, que já deveriam ser impedimento para assumir um cargo público.
Quanto à alegada competência administrativa de Decotelli que Bolsonaro diz tomar como base para manter o ministro, há dúvidas também. Uma licitação conduzida por ele quando estava no FNDE – Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação -, um setor do próprio MEC, apresentou problemas.
Segundo a revista Fórum, o edital envolvia 3 bilhões de reais e visava a aquisição de computadores, notebooks, projetores e lousas digitais para alunos das redes públicas de ensino estaduais e municipais. A CGU suspendeu para analisar.
“Para se ter uma ideia, seriam adquiridos para uma escola de Itabirito, em Minas Gerais, 30.030 laptops, sendo que a unidade possui 255 alunos. Isso pressupõe que seriam adquiridos 117,76 laptops por estudante.”
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Todo este conjunto de suspeitas e omissões cria uma nebulosa sobre a atuação do ministro que demanda esclarecimentos urgentes.