Fora das imagens há salvação? indaga Lucas Estevez:
“Nesse contexto, a imagem enquanto medium se tornou um fim em si mesmo, já que é capaz de substituir o real em autenticidade: é mais tangível que aquilo que supostamente representa e exibe. Para chegarmos a esse estado de coisas, foi necessário um longo movimento tectônico de destituição do artístico de sua especificidade e da perda ambígua e contraditória de sua autonomia frente às pressões da indústria cultural e do entretenimento. Assim, essas linhas de caráter ensaístico e não-exaustivo são movidas pelo ímpeto de colocar em debate, sob uma constelação específica de pensadores, como as imagens edulcoradas que circulam em nosso meio, também superficiais e estruturadas a partir de clichês, não só alteram a representação do mundo, mas o próprio significado e sentido do mundo. Em suma, estaríamos perante a questão de como a “sociedade da imagem”, tão cara ao debate pós-moderno, tornou o estético mais atraente que o próprio real, este carente de sentido e tomado pelo sofrimento social.”
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