Reações mais variadas produziu a divulgação das medidas do Secretaria de Educação do Rio de Janeiro. Eis algumas. Uma professora diz que isso:
Mostra o total desprezo que esse secretário sente pelos educadores e pela educação, pra ele a presença humana do professor e dispensável.
Outra afirma que:
O governo é contra a estabilidade do servidor público da educação e isto é dito claramente em seus “cursos de formação de gestores”, impõe currículos mínimos absurdos, coloca alunos contra alunos (elegendo “representantes de turmas” que são monitores escolares disfarçados, orientados a “entregar” seus colegas, professores, direção, o que for); coloca os professores contra a direção e esta contra os professores, pela falta de consciência do que é verdadeiramente educação, pela promessa de gratificações absurdas, distribuídas a quem executa melhor as metas destes sistema, “otimiza turmas” em detrimento do mínimo de condições de se exercer o trabalho pedagógico e exige que se maquie os resultados, com recuperações infinitas… Enfim, uma lástima, para a educação este governo!
Finalmente, outra afirma que:
Sou professora da rede pública e a política educacional de Risolia e Cabral é de destruição da rede estadual preparando terreno para a privatização. Eles querem que tenha só ensino pago. Temos que lutar e resistir.
Estas professoras já identificaram a característica principal das propostas de reformadores empresariais que estão Secretários de Educação, como o economista Wilson Grisolia: visam destruir o sistema público de educação e desmoralizar o magistério.
Não são reformadores da educação, são reformadores fiscais que visam reduzir custos com medidas que onde foram testadas não produziram melhores resultados para a educação. Nem mesmo quantitativos. Um recente estudo 2008-2012 mostrou que nos Estados Unidos não há nada a comemorar com a implantação de tais políticas. Os resultados são pífios, no entanto conduziram à privatização acelerada do sistema educacional americano. Isso inclui a criação das escolas privadas on line. Nestas escolas um professor “on line” cuida de 300 crianças ou mais. Ou seja, bem mais barato do que o já vergonhoso 1 (professor) para 40 (alunos) que temos.
É fundamental denunciar e deter este processo agora.
A educação pública é um requisito fundamental da democracia. Privatizar escolas, reduzir a ação educativa das escolas públicas é um atentado à própria democracia. Não vamos melhorar a educação colocando-a sob controle de uma facção da sociedade: os empresários. A escola pública é uma escola de todos. Antes de tudo, a escola pertence à comunidade.
Não vamos melhorar a escola pública desmoralizando aquele que é um profissional central na constituição de uma nação, aquele que tem o trabalho de preparar, de formar a nossa juventude. Países que estão bem colocados nos exames internacionais, valorizam e apoiam os seus professores. Acreditam e confiam em seus professores.
Enquanto o mundo discute e implementa educação de tempo integral, enquanto o Brasil discute o PNE e aponta com 50% das escolas funcionando em tempo integral, o Rio de Janeiro propõe diminuir o tempo de permanência da criança na escola, preparando processos que permitam às empresas encontrarem espaço para privatizarem as atividades fins da escola: o pedagógico.
Onde estão as Centrais Sindicais Nacionais que não estão denunciando as medidas que estão sendo implantadas nos Estados? Onde estão as nossas entidades científicas que não se manifestam?
http://oglobo.globo.com/educacao/proposta-de-aulas-semipresenciais-em-escolas-publicas-gera-polemica-9089967