Docentes e pesquisadores de todo o mundo escrevem carta à UNESCO reclamando da mercantilização da educação.
“A UNESCO deve ouvir as vozes de professores e estudantes de todo o mundo que resistem à mercantilização da educação”.
Carta dirigida à diretora-geral da UNESCO em protesto contra a guinada economicista deste organismo internacional
Na sequência, publicamos a carta que 225 educadores, acadêmicos e pesquisadores do setor da educação de cerca de 30 países dos cinco continentes dirigiram à Dra. Irina Bokova, diretora-geral da UNESCO, na qual expressam:
1.- Uma aberta preocupação com a guinada economicista que tiveram eventos recentes da UNESCO, especialmente o Fórum Mundial de Educação realizado em Incheon, Coreia do Sul;
2.- O risco que contém para a perspectiva humanista e integral da educação o renovado protagonismo dos chamados “aliados” ou “parceiros estratégicos” expressados em instâncias financeiras e econômicas globais que se consideram habilitados para dirigir a agenda educativa mundial;
3.- A preocupação com o reduzido protagonismo que seguem tendo os idiomas castelhano e português nos eventos mundiais;
4.- A pouca participação de professores e pesquisadores da educação nos encontros educativos mundiais organizados pela UNESCO como o Fórum Mundial de Educação;
5.- A necessidade de trabalhar de maneira renovada para garantir o direito humano à educação para todos e todas, a educação pública, gratuita e de qualidade para todos e todas, assim como a recuperação de uma perspectiva da educação guiada pelas ciências pedagógicas e não pelas lógicas do mercado.
A carta é um apelo dramático para lutar contra o apagão pedagógico global. A carta circulou durante estes meses e, junto com as adesões que ainda houver, será entregue no marco da Conferência Geral da UNESCO, que acontecerá em novembro deste ano.
A carta é publicada por Rebelión, 14-07-2015. A tradução é de André Langer.