O Setor de Educação e o Coletivo da Juventude de Santa Catarina ligados ao MST divulgam o seguinte comunicado:
“No dia 22 de fevereiro, Santa Catarina começou o ano letivo com 2.000 professores a menos. Este fato é resultado do processo de reorganização escolar que vem sendo implementado pelo governador Raimundo Colombo. Há anos escolas multiseriadas estão sendo fechadas, turmas agrupadas, condições de trabalho precarizadas.
O município de Abelardo Luz possui 23 assentamentos, onde vivem cerca de 1400 famílias atendidas por duas escolas estaduais de ensino médio (Paulo Freire e Semente da Conquista). Cerca de 250 estudantes enfrentam até 30 quilômetros de distância para chegar na escola, e sempre tiveram turmas nos dois turnos. Este ano a Gerência Regional de Educação (GERED) comunicou que cada uma das escolas funcionaria somente em um turno.
Na quarta feira (17) da semana passada, o Movimento Sem Terra se organizou e forjou uma audiência pública com Davi Vartha, secretário da GERED de Xanxerê. Cerca de 250 pessoas, entre elas pais, estudantes, educadores, sindicato e dirigentes do Movimento estiveram presentes cobrando o seu direito de estudar no campo. O secretário então afirmou que o processo de enturmação não teria sequência, contudo o ano letivo iniciou sem nenhum educador contratado para dar aula nessas escolas.
Neste contexto, o MST e educadores militantes (mesmo sem contrato) garantiram o início do ano letivo ocupando suas próprias escolas com o debate sobre o significado do processo de enturmação. Entendemos que enturmação, parte do processo de reorganização escolar, tem a intenção de fechar escolas no campo e implentar a tercerização do ensino.
Lutamos pelo direito a educação pública, gratuita e de qualidade, esta não deve ser tratada como mercadoria. O MST entende que para haver qualidade de ensino o estudante deve ter a possibilidade de construir e acessar o conhecimento produzido pela humanidade ao longo da história, de modo a conseguir intervir na realidade.
Seguimos nos mobilizando, pois queremos elevar o nível de escolarização de nossos assentados e acampados, e o governo de SC quer excluir esse nosso direito.”
Que triste notícia! Por outro lado… que bom se unirem e lutarem por um direito que é a Educação para todos! Força MST!!!!