Novo relatório tentava mostrar que a técnica conhecida nos meios empresariais como “turnaround” seria bem-sucedida em educação. “Turnaround” pode ser traduzido por “dar uma virada” na organização quando ela não está indo bem. Esta técnica privilegia a “substituição” dos integrantes da gestão, entendendo-se que já tiveram sua oportunidade e que seus métodos não conduziram ao sucesso. Uma nova gestão, estaria, então, mais susceptível à mudança.
Como sempre, os reformadores acham que se transferirem os métodos de funcionamento das empresas para dentro da educação, criando competição, a qualidade da educação melhora. Partindo desta fé na iniciativa privada, é que fazem as mudanças – sem necessidade de outra evidência empírica. Depois, começam os “estudos” com a “missão” de provar que dão certo.
Recentemente, divulgamos aqui outro estudo que mostrava a falta de base empírica desta proposta. Agora, o NEPC divulga outra análise crítica de um novo relatório que também procurava mostrar a eficiência da medida. O relatório é do Center on Reinventing Public Education e foi feito por Ashley Jochim: “Measures of Last Resort: Assessing Strategies for State-Initiated Turnarounds”.
O relatório tem três objetivos: (a) desenvolver uma estrutura conceitual e o perfil das estratégias de turnaround iniciadas pelos estados, (b) organizar a evidência sobre a eficácia das iniciativas de turnaround e (c) Identificar os elementos-chave de uma estratégia de mudança bem-sucedida.
A revisão do estudo foi feita por Betty Malen e Jennifer King Rice da Universidade de Maryland e para eles, “o relatório sofre de limitações metodológicas que prejudicam gravemente sua utilidade.”
“Especificamente, os métodos utilizados para realizar a pesquisa original não são nem bem descritos nem justificados. Esta investigação envolveu a análise de políticas estatais, entrevistas com partes interessadas e casos ilustrativos. Da mesma forma, os métodos empregados nas oito avaliações selecionadas para avaliar a eficácia das abordagens de turnaround não são descritos e a base de evidência produzida por essas avaliações é insuficiente para apoiar as alegações abrangentes feitas no relatório.
Igualmente importante, explicam os professores Malen e Rice, é que o relatório negligencia pesquisas relevantes sobre os mecanismos específicos (por exemplo, reconstituição escolar, desenvolvimento profissional intensivo e sistemas de gestão privados) que os estados usam quando empregam as estratégias de turnaround amplas discutidas no relatório. Como resultado desses problemas, o relatório não aumenta a base de evidências nem fornece a orientação substancial que os formuladores de políticas estaduais necessitam para tomar decisões informadas sobre o uso de várias estratégias de turnaround da escola.”
Acesse a revisão do relatório aqui. Acesse o relatório original aqui.