Ontem, 27-10-19, escrevi um post dizendo que os neoliberais brasileiros teriam vergonha de usar a sua desculpa preferida – o modelo neoliberal é bom, mas não foi implantado corretamente no Chile -, pois eles elogiavam o modelo até dias antes da revolta do povo chileno. Pensava que até mesmo teriam vergonha de dizer que, no caso chileno, teriam ocorrido falhas a serem corrigidas, pois o modelo foi criado com assessoria direta de M. Friedman, J. Buchanan e F. Hayek – (até o próprio Guedes ajudou) e até pouco tempo era alardeado como bom para todos.
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Me equivoquei: o neoliberalismo brasileiro não tem vergonha. E olha que entre a sexta-feira da revolta chilena e hoje, segunda-feira, além do Chile que se levantou contra o neoliberalismo, a Argentina também despachou nas urnas o neoliberal Macri.
Por ora, está disponível apenas uma resposta para o Chile. O “grande oráculo” da economia neoliberal brasileira, hoje, 28-11-19, já saiu a campo para dizer que, o caso brasileiro é diferente.
Aqui o neoliberalismo nascerá redimido dos equívocos que se cometeram no Chile.
É a versão .X do neoliberalismo: “ponto X” porque já se perdeu a conta de quantas vezes uma nova versão foi alardeada como um “novo e promissor recomeço” mundo afora – tem apenas 40 anos que eles tentam acertar e admitem isso na cara dura:
“Nós temos um laboratório de mais de 40 anos no Chile. É evidente que não precisamos repetir o que deu errado. O que devemos fazer? Trazer para cá o que é bom e não trazer o que é ruim”, diz o secretário de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho.”
É fé. Certamente, logo mais também estará disponível uma boa desculpa para explicar porque o neoliberalismo quebrou duas vezes a Argentina – certamente, culpa do marxismo cultural…
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