Amanhã 15 de junho, ocorre o terceiro evento do ciclo de debates da Faculdade de Educação da Unicamp sobre o ensino médio:
15/06 – Quinta-feira das 19h às 22h30
Trabalho e educação sob nova direção: reforma do ensino médio diante da privatização
Evaldo Piolli (FE/Unicamp)
Carolina Catini (FE/Unicamp)
Para mais informações consulte aqui.
Sera transmitido?
Sim. Como os outros.
Luiz
Não se trata de um golpe no ensino, mas uma politica. Nenhum campo de ação politica do estado brasileiro é tão bem estruturado para não dar certo do que a educação. A formação de professores de alfabetização foi pensado ainda no Imperio; alias, no Segundo Império se pensou e se executou programas publico de grande relevância como o reflorestamento das encostas (Floresta da Tijuca), Colégio Pedro II e o DECRETO DE CRIAÇÃO DA ESCOLA NORMAL 1835 – nº. 10, da autoria de
Joaquim José Rodrigues Torres (1802-1872 ), então presidente da província do Rio de Janeiro que a redigiu e conseguiu aprovar.
“Artigo 1º. Haverá na Capital da Província do Rio de Janeiro huma Escola Normal para nella se habilitarem as pessoas, que se destinarem ao magistério de instrução primária, e os Professores actualmente existentes, que não tiverem adquirido a necessária instrução nas Escolas de Ensino na conformidade da Lei de quinze de Outubro de mil oitocentos e vinte sete, Artigo quinto.
Artigo 2º A mesma Escola será regida por hum Director, que ensinará. Primo: a ler e escrever pelo methodo Lancasteriano, cujos princípios theoricos e práticos explicará. Segundo: as quatro operações de Arithmetica, quebrados, decimaes e proporções. Tertio: noções geraes de Geometria theocrica e pratica. Quarto: Grammatica de Língua Nacional. Quinto: elementos de Geographia. Sexto: os princípios de Moral Christã, e da Religião do Estado. […]”
O projeto é simples como uma gota d’água, mas o autor sabia dos limites culturais da sociedade da época. O senhor Rodrigues Torres se formou em matematica em Portugal, formação que o qualificava para a carreira militar : artilheiro ou lente da matéria em escolas preparatória de engenheiros.
A proposta no final do Império foi criticada e se propuseram mudanças curriculares, que nem por isso mudou a qualificação das professoras formadas as escolas normais, que eram consideradas inferiores ao ensino oferecido pelas escolas religiosas. Seria necessario aumentar o tempo de formação e ampliar os programas das matérias. A formação de professores era um pouquinho superior ao nivel da formação oferecida a quem cursasse o primário; mesmo assim foi um passo importante, porque se dependesse dos politicos da republica, nada devia ser feito.
Hoje os professores das escolas publicas não tem nem formação basica; no interior do Brasil, os nossos prefeitos, vereadores, deputados estaduais e também federais, acham que sabendo ler a bíblia, já esta de bom para se contratar para o primeiro grau (alfabetização). Centenas de professoras e professores no sertão brasileiro (em Goiás, onde esta o DF inclusive) é comum encontrarmos pessoas que são evangélicos, qualificados como professores. E como a maioria dos evangélicos (pentecostais), semianalfabetos, ignorantes e pretenciosos.