Postado originalmente na UOL em 19/07/2012
A política de dar bônus ao invés de salário digno patina agora em Pernambuco. Em todos os níveis a educação básica está mal.
Boletim da CNTE divulga a situação naquele estado. Veja abaixo.
Importante mencionar que é neste estado que se fazem os ensaios, há algum tempo, para implantação de gestão do ensino médio por concessão à iniciativa privada. Lá o Instituto de Corresponsabilidade Educacional o ICE – que agora está atuando em São Paulo na reforma do ensino médio com apoio de fundações privadas – conduz estes experimentos.
Sob o título de “Estado de Pernambuco: mais um ano de reprovação na Educação Básica”, Heleno Araújo Filho afirma que:
“A média para aprovação dos estudantes pernambucanos é 6 (seis). Os resultados das avaliações de língua portuguesa e de matemática dos sistemas de ensino das redes municipal e estadual do ano 2011, mais uma vez, ficou abaixo da média de aprovação. Até quando vamos permitir o descaso com a educação básica por parte dos poderes executivos deste país?
As médias de 4,4 para os anos iniciais do ensino fundamental; 3,5 para os anos finais do ensino fundamental e 3,3 para o ensino médio são motivo de preocupações e não de comemorações comparativas com notas abaixo da média indicadas pelo Ministério da Educação.
A fórmula utilizada pelo governo para aumentar a média das disciplinas de língua portuguesa e matemática falharam. A política de premiação, através do Bônus de Desempenho Educacional (BDE) não surtiu o efeito esperado. De 2009 para 2011 os números foram caindo, acontecendo o fenômeno inverso ao esperado pelo governo do estado, através da Secretaria de Educação.
No ano de 2009 o número de escolas que alcançaram as metas impostas pela Secretaria de Educação foi de 761, caiu para 520 no ano de 2011. As que alcançaram 100% das metas despencaram de 550 para 369 no mesmo período. Aconteceu o mesmo com o número de trabalhadores e trabalhadoras contemplados com o BDE de 34.648 para 24.145. Se esse fosse o caminho correto os números deveriam ser elevados de um ano para o outro, mas aconteceu o contrário. Há muitos equívocos nas políticas educacionais aplicadas pelo governo Eduardo Campos.”