Postado originalmente na Uol em 17/07/2011
Ao contrário da educação, onde a mídia improvisa um “especialista em educação” por mês, a área da medicina não se porta assim. E nem a mídia se atreve a inventar “especialistas em medicina”. É gente da pesada, com prestígio social, lida com a vida de todo mundo e todo mundo respeita. Educadores não. São corporativistas, preguiçosos – só funcionam com bônus -, enfim, uma gente detestável.
Hoje, um médico do porte de Miguel Srougi (USP) ocupa a página três da Folha de S. Paulo (17-07-2011) para dizer o seguinte a propósito de críticas que foram formuladas ao Hospital das Clínicas de São Paulo:
“E quero enfatizar que dirigir ao HC acusações injustas pode produzir desalento irremediável numa instituição que representa uma das últimas esperanças de atendimento digno e competente para os mais desprotegidos da nossa sociedade”.
A situação de escolas que estão agora em risco de receber as tabuletas do Ioschpe com a nota do IDEB estão na mesma situação. O IDEB é falho. Os debates sobre o IDEB no contexto do Plano Nacional de Educação, confirmam isso. Escolas e seus profissionais correm o risco de receber avaliações públicas que não correspondem a elas. O efeito desmotivador irá instalar-se.
Avaliações como o IDEB além de precisarem ser reformuladas, são avaliações de políticas públicas e não de escolas.