Um argumento costumeiramente usado pelos empresários afirma que quando um país vai mal nos testes nacionais ou internacionais que pretendem avaliar a qualidade da educação, isso significa que o aumento da produtividade deste país está em risco. Pregam pela mídia que o pais corre perigo, que haverá estagnação e perda de competitividade global.
Foi assim que os empresários americanos “aterrorizaram” seu país por mais de três décadas. Como o leitor poderá conferir, isso não tem nenhuma evidência empírica. Um estudo recém divulgado em agosto de 2014 mostra como a produtividade americana cresceu quase 400%, é praticamente o líder mundial de produtividade, e as avaliações dos estudantes americanos nos testes nacionais e internacionais não tem variação superior a 10%. Diz o estudo:
“Internacionalmente, os estudantes dos EUA têm classificação abaixo dos países com maior pontuação no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA) em leitura e matemática. Mas comparações internacionais de dados econômicos indicam que os Estados Unidos continuam a ser um líder econômico.”
Se a produtividade americana dependesse dos resultados dos estudantes americanos no PISA, o país estaria quebrado. No entanto, a produtividade americana é referência para o cálculo de produtividade dos outros países, é considerada 100%.
São lendas que alguns economistas gostam de alimentar para justificar o assalto aos cofres públicos, abrindo-os para a iniciativa privada, a título de melhorar a qualidade da educação. A produtividade brasileira é baixa mas sua causa não se explica pela qualidade da educação. Tem muita gente na fila, antes.