Um mesmo dado, múltiplas interpretações. Para a UOL Educação, o Brasil vai mal e “maioria dos alunos de 4º. e 7º. ano tem desempenho em níveis baixos” e para o INEP “Brasileiros são destaque em teste de matemática e leitura”. Ambos noticiam visões sobre os dados do TERCE que mencionei em postagem anterior.
Isso nos mostra como os dados são vulneráveis a interpretações. A UOL interessada em ressaltar a crise educacional, pega os dados pelo seu lado menos favorável ao país, ou seja, o fato de que a maioria dos estudantes estão nos níveis I e II dos testes do TERCE. Mas deixa de considerar que melhoraram em relação a testes anteriores e deixa de lado que esta é a realidade de toda a região latino-americana, em média, mantendo correlação com o nível socioeconômico da região. Não estão mentindo, apenas ressaltam o que lhes interessa.
O INEP pega o dado pelo lado oposto, pelo fato de que melhoramos e estamos ou na média da região ou acima dela.
“Na avaliação da escrita, em comparação à média regional, o país seguiu o padrão, tanto no 4º quanto no 7º anos. Não houve diferença em termos de pontuação total. O rendimento médio do país foi maior no domínio de convenções de legibilidade (segmentação correta de palavras, ortografia e pontuação) e inferior à média regional no domínio discursivo (apropriação do gênero textual-discursivo carta e dos tipos textuais narrativa e argumentação). Em ciências, o Brasil acompanhou a média dos demais países. O documento confirma ainda os avanços e os desafios na superação da crise da aprendizagem que afeta, sobretudo, os mais vulneráveis nos países latino-americanos.”
Também não está mentindo.
A verdade está em algum ponto entre estes extremos e, sem dúvida, muito mais perto do INEP do que da UOL.
Portanto, fique alerta.