Muita coisa é dita em nome dos mais alunos mais pobres. Inclusive que a privatização do ensino irá favorece-los, pois os educadores somente pensam em si mesmos, em seus salários e no seu corporativismo, e não em seus alunos.
Para mudar isso, os reformadores propõem que a educação seja desestatizada e passe para a iniciativa privada, por exemplo, via escolas charters. Primeiro para ONGs não lucrativas, depois para qualquer um. Somente assim, segundo eles, os alunos serão considerados em primeiro lugar.
Um dos argumentos é que a distância de desempenho entre os alunos mais ricos e os mais pobres irá ser fechada e todos terão desempenho elevado. A pobreza, segundo os reformadores, é usada como desculpa pelos educadores para não ensinar.
O país que há mais tempo usa o argumento e que tentou este processo é os Estados Unidos. Desde 1983 vem fazendo um processo permanente de responsabilização, meritocracia e privatização. Em 2001, implantou a lei de responsabilidade educacional conhecida como No Child Left Behind.
E o que ocorreu com a distância dos desempenhos entre ricos e pobres que deveria diminuir? Aumentou. O gráfico abaixo feito pela News Week com dados do NAEP mostra a situação nos últimos 12 anos de vigência da lei. O gap aumentou de 26.3 para 30.1, ou seja, um crescimento de 3.8 pontos.

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Espera-se que os reformadores empresariais brasileiros, pelo menos, mudem de desculpa para privatizar a educação brasileira.
Fico impressionada que esta propalada “educação baseada em evidências ” ignore as comprovadas evidenciais deste fracasso nos EUA.