Após quase dois meses o governo Alckmin nomeia como novo Secretário de Educação o ex-presidente do tribunal de Justiça de São Paulo, José Nalini. Sua função será tentar desobstruir os canais de comunicação com professores e alunos, comprometidos pela tentativa de reorganização das escolas em São Paulo. Sua origem, sugere que o governo vai combinar a tentativa de “diálogo” com a aplicação das leis. Mais ainda, sugere que a “reorganização” e privatização, que contém variados aspectos jurídicos, continua bastante viva e no foco do governo Alckmin.
Portanto, sua função será política e jurídica, pois de educação mesmo nada entende, é um peixe fora da água. Dependerá dos técnicos da Secretaria. Sua nomeação pode ser considerada uma “intervenção branca” na Secretaria de Educação do Estado, destinada a viabilizar os interesses do governo em reverter o desgaste na área e fazer avançar a reorganização que está empacada.
No entanto, temos que comemorar o fato de que a nomeação não passou por Claudia Costin, atualmente no Banco Mundial e, ao que parece, o novo secretário também não tem origem no grupo Rose Neubauer e associadas, de grande proximidade com o círculo de empresários que saltita (e saliva) em torno da Secretaria de Educação de São Paulo. Este grupo continuará a exercer influência indireta, como tem feito. Aparentemente, o governo Alckmin prefere um estilo menos barulhento e sem os rompantes habituais deste grupo – algo que dê continuidade ao estilo Herman.
Não se pode esperar nada dialogado de alguém que defende o subsídio dos juízes sob o pretexto da dificuldade em comprar ternos em Miami. Concordo vom o professor, ele nada entende de educação, mas tampouco de direito e muito menos de justiça.