No dia de ontem, três conselheiras pediram vistas ao parecer sobre a BNCC em trâmite no Conselho Nacional de Educação. Logo em seguida, conselheiros advogaram e aprovaram regime de urgência para a aprovação da Base, antes de conceder vistas.
A revista Nova Escola (braço oficial da Fundação Lemann) reagiu com um artigo que mostra sua impaciência com o pedido de vistas das conselheiras. No artigo abaixo, Fernando Cassio explica porque as instituições privadas estão pressionando para que a BNCC seja rapidamente aprovada.
“É evidente que a Nova Escola está mais preocupada com seus próprios interesses econômicos. O investimento em equipes para a produção de planos de aula vai a todo vapor. A revista virou uma linha de produção de matérias festivas sobre a BNCC. Com seus parceiros, levou 150 professores de Matemática (seu “Time de Autores”, selecionado entre 13 mil candidaturas) para uma “Virada” no Vale Suíço Resort Hotel (Itapeva/MG) no último feriado de finados. Teve trabalho intensivo, mas também dancinha, ‘pool party’ e balada. Os planos de aula de Nova Escola, que sempre foram bons, agora serão parte de um plano de negócios muito maior. O Twitter da revista é um prato cheio para quem quer entender o que se passa e o que o atraso na votação da BNCC realmente significa para a Nova Escola e seu grupo controlador.”
Leia a íntegra aqui.
Ora, para um governo que promove uma reforma utilizando medida provisória e cujos discursos são construídos sob o signo da urgência e da inevitabilidade, nos quais a escolha tende a desaparecer, estranho mesmo seria se eles vissem com bons olhos o pedido de vista das conselheiras, (ato legítimo e legal) para uma análise mais apurada. Certamente é difícil para o alto escalão do MEC entender os processos que deveriam ser a regra em um Estado Democrático de Direito, quais sejam, a análise, o debate, a garantia do contraditório. E não foi só a Nova Escola que esbravejou, a Claudia Costin também hoje, na Folha, chorou as suas pitangas no artigo “Precisamos garantir com urgência o direito de aprender”. Claro, sempre “com urgência”.
Vá… o choro é livre!