UFSC: Nota dos alunos da Pós-Graduação em Educação

Enfrentar o projeto de desmonte das Universidades Públicas, barrar o avanço da retirada de direitos da classe trabalhadora e construir uma universidade alinhada aos interesses do povo brasileiro!

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Em assembleia realizada no dia 05 de setembro de 2019 nós, estudantes, pesquisadoras e pesquisadores do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Santa Catarina deliberamos pela deflagração de greve a partir do dia 09/09/2019 como estratégia de luta para enfrentarmos os ataques e assaltos à Universidade Pública brasileira e à classe trabalhadora. Diante do momento atual, após uma série de discussões e análises, optamos pela greve – nossa ferramenta histórica – como a única forma de luta possível contra um governo incapaz do diálogo, que idolatra a violência, o preconceito, a intolerância e o autoritarismo.

Enquanto trabalhadores e trabalhadoras da educação, coerentes em nosso compromisso de produzir pesquisas de qualidade com a finalidade de transformar a educação do país, não nos é possível continuar nossas atividades fingindo uma normalidade enquanto sofremos duros ataques por parte do governo e grupos que – ao apoiarem sua política de sucateamento da educação pública, de retirada dos direitos trabalhistas e de mercantilização da previdência – se beneficiam, as nossas custas, classe trabalhadora do Brasil, fazendo do país seu grande balcão de negócios.

A extensão e intensidade dos ataques pode ser identificada, grosso modo, com a E.C. 95 (2016), a qual garante, por força de lei, um contingenciamento dos gastos sociais, em especial saúde e educação, liberando parte do fundo público para o pagamento da dívida e farra do setor financeiro estrangulando, assim, a capacidade do Estado de gerir as políticas sociais; com a reforma do ensino médio e a BNCC que ajustam a formação dos estudantes aos interesses do capital e dos Organismos Internacionais, balizando a formação por índices e avaliações em massa formatando as novas gerações niveladas pela mediocridade; com a reforma trabalhista, a qual fragiliza a classe trabalhadora em sua luta contra a cotidiana exploração capitalista em nome do aumento da lucratividade do capital; com a proposta da reforma da previdência que transfere parte da responsabilidade do Estado com a seguridade social, garantida constitucionalmente, para o mercado, proporcionando um grande fluxo de capital para a esfera financeira; com os cortes e contingenciamentos no orçamento da educação, sucateando a Universidade Pública, em vias de encerrar suas atividades por falta de financiamento e, como alternativa, propondo saídas autoritárias e inescrupulosas como a minuta do Projeto de Lei Future-se, uma afronta à universidade, à sua autonomia e ao ensino, a pesquisa e a extensão.

Por estas razões, nós discentes do PPGE/UFSC convocamos aos demais discentes, professores e técnicos a se somarem na greve deflagrada em assembleia geral no dia 02/09/2019 por todas as categorias que compõem a comunidade universitária UFSC. Não nos resta outra alternativa que não transformar a luta que é permanente em uma greve por tempo indeterminado! Que ousemos torná-la nacional e que busquemos unificar os mais amplos setores da classe trabalhadora do país em defesa da Universidade Pública. Resistir é necessário, mas não basta, é preciso avançar nas pautas históricas e imediatas das trabalhadoras e trabalhadores do Brasil.

À GREVE e à LUTA!

Sobre Luiz Carlos de Freitas

Professor aposentado da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP - (SP) Brasil.
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