O empreendedorismo e a meritocracia estão unidos intimamente. A estruturação da materialidade do processo educativo atual (padronização por BNCCs, avaliações censitárias, metas, privatização) visa criar as condições para que a vivência da cultura da meritocracia crie as bases que justificam e induzem o empreendedorismo. Trata-se da construção de um padrão sócio-político centrado no individualismo. Derrota nos séculos 19 e 20, esta visão sobreviveu pela mão dos adeptos da “escola austríaca” de economia sob a batuta de L. von Mises e F. Hayek – entre outros.
Otávio Augusto Cunha analisa, no site “A terra é redonda” a tese do “empreendedorismo” e suas origens nos estudos de von Mises e Hayek:
“A tal solução empreendedora é, portanto, aquela que ensina, desde cedo, o sujeito a se virar sozinho, não depender de ninguém, se alienar politicamente e construir sua própria história de fracasso ou de sucesso. O empreendedor é o modelo a ser seguido. O homem de negócios seria o exemplo de sujeito high-tech, ou seja, antenado às novas tendências mundiais. Ignora-se completamente a brutal desigualdade social em que estamos inseridos. Ao reafirmar equívocos como a ideia de meritocracia, a face real do empreendedorismo é muito mais problema do que solução para os tempos futuros.”
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