Acaba de ser publicado um relatório americano da Rede pela Educação Pública chamado “Uma Virada para a Direita: uma nova geração de escolas terceirizadas difunde a agenda conservadora” mostrando que há uma nova onda destas escolas públicas de gestão privada, terceirizadas para a iniciativa privada, que agora serve a um propósito nunca imaginado por seus primeiros proponentes – a difusão da agenda do nacionalismo cristão.
À medida que a crise econômica e social se amplia, a polarização também aumenta e a escola pública vai sendo objeto da pressão de organizações, agentes econômicos e confessionais. ONGs, Fundações e bilionários procuram usar seu poder econômico para retirar as escolas da esfera do Estado (parceria público privada, doações diretas a escolas, terceirizações e privatização; apoio a bases nacionais comuns curriculares que aprisionam o trabalho da escola) de forma a poder determinar seus conteúdos e métodos. Além do projeto de obter ganhos financeiros com a operação das escolas, cresce também seu uso para difundir um projeto ideológico conservador.
O National Education Police Center comenta o lançamento da Network for Public Education:
“No Texas, uma escola terceirizada usa textos científicos criacionistas; a seção que cobre a origem da vida afirma: “No princípio, Deus criou os céus e a terra”.
Em uma escola terceirizada na Carolina do Norte, os alunos fazem um juramento diário que os obriga, entre outras coisas, a evitar o “excesso de confiança” em “argumentos racionais”.
Em outro – no Arizona – os alunos de uma aula de história da oitava série foram solicitados a listar os aspectos positivos da escravidão.
E no Colorado, uma rede de terceirizadas anunciou a preferência pela contratação de professores não licenciados e permitia que os funcionários portassem armas no trabalho, violando diretamente a política do distrito escolar que a autorizou.
Esses são apenas alguns exemplos citados em um novo relatório sobre um grupo de escolas terceirizadas “clássicas” em expansão que adota o nacionalismo cristão – definido no relatório como uma visão do cristianismo como uma identidade cultural e tribal que começou com a fundação da Nação e está imbuída do ressentimento de que o mundo não para de mudar.”
Baixe o relatório do NPE aqui.
O modelo cultural dos países do Ocidente, que se baseia no cristianismo e valores burgueses do século 19, vive a crise do esgotamento; so os países nórdicos, onde quase 100% da população jovem é ateia e os valores culturais burgueses não merecem muita atenção.
Socializando
O absurdo das escolas terceirizadas nos EUA e cujo radicalismo à direita não está muito longe da realidade brasileira.
Att.
Luís Augusto Lopes
*NECTI *
Núcleo de Estudos Críticos em Trabalho, Educação e Interseccionalidades. IFBA – Campus Simões Filho
Em qui., 15 de jun. de 2023 às 09:29, AVALIAÇÃO EDUCACIONAL – Blog do