Postado originalmente na Uol em 20/01/2012
Um dos grandes equívocos dos reformadores empresariais da educação é achar que a solução da questão educacional é simples – basta gerenciar (leia-se cobrar) e tudo se resolve.
Curiosamente, esta tese, negada por eles, é reconhecida para outros setores sociais. Hoje a Folha de São Paulo (20-01-2012), em seu editorial, assume a seguinte frase em destaque:
“Maior empecilho para enfrentar a questão do crack é a ilusão de que haja saída fácil ou simples para o drama da dependência química.”
Vale para a educação.
Soluções para a educação são de médio e longo prazo, pois envolvem a construção de novas relações em uma instituição complexa chamada “escola”. As formas usadas pelos reformadores (responsabilização vertical) não funcionam ou têm fôlego curto. Não mudaram, como todos os estudos mostram, a distância entre os que aprendem e os que não aprendem, em especial se consideramos as minorias e os grupos menos privilegiados.
Diante disso, soluções como a de colocar um laptop ou tablet na mão de cada professor ou aluno, soam fora de lugar e mostram um desconhecimento sobre as verdadeiras questões educacionais. Pode render manchetes, mas é tudo.