Postado originalmente na Uol em 16/08/2011
Seminário sobre avaliação e política públicas na Unicamp recomenda cautela com as políticas de meritocracia e sugere que as propostas de accountability (prestação de contas) em educação tenham seu foco no conjunto dos atores responsáveis pela qualidade da educação (incluindo os governos) e não apenas seja centrada na figura do professor.
Segundo os participantes, as políticas de meritocracia não têm demonstrado efetividade e, ao contrário do que se pensa, podem ter efeitos perversos na naturalização e legitimação das desigualdades sociais.
Redes pouco estruturadas podem até beneficiar-se em um primeiro momento, mas tais fórmulas estabilizam-se e deixar de surtir efeito no momento seguinte. No caso de redes mais estruturadas os efeitos não são alentadores.
Esta posição também está de acordo com recente relatório produzido nos Estados Unidos pela National Academy of Sciences, o qual pede cautela no uso destas propostas.
Participaram deste seminário Luiz Enrique Aguilar, Maurício Ernica, Luiz Carlos de Freitas, Mara Regina Lemes de Sordi, Maria Marcia Malavasi, Romualdo Portela de Oliveira, Thereza Adrião, Regiane H. Bertagna, Menga Ludke, Sandra Zakia, Claudia Fernandes além de duas pesquisadoras portuguesas Manuela Terraseca e Maria Eugénia Ferrão. O seminário que teve início hoje prossegue até quinta feira, quando examina formas alternativas de promoção de responsabilização participativa.