Postado originalmente na Uol em 30/06/2011
As entidades que participam da Comissão de Governança do ENEM dos professores fizeram reunião nesta semana que passou. Foi um seminário em Brasília na quinta e sexta feiras últimas. O Ministro deve recebê-las nesta semana para conversar.
Penso que elas estão numa sinuca. Fizeram solicitações de mudança no Exame ao MEC – poucas. Uma sugeriu mudar o nome por exemplo. O MEC aceitou e com isso desarmou as entidades. O que fazer agora?
Bem, o nó da questão agora – já que os outros já anunciados não foram suficientes para que as entidades tivessem uma posição firme junto ao MEC – é que o ENEM, ao que se sabe, não fixa público alvo: pode ser feito por qualquer um. Isso deixa clara a intenção do MEC: credenciamento – apesar do Ministro jurar de pé junto que é contra. Mais, isso vai se repetir com o ENEM dos Diretores de Escola já anunciado pelo governo no PNE. Guiomar Nano de Melo já está salivando e montou uma máquina de treinamento de diretores presidida por ela. O mesmo vai acontecer com a questão do professor – vão aparecer kits de preparação, empresas de certificação, etc.
Para que as entidades não saiam desta de mãos abanando e comprometidas historicamente, só há uma saída: conseguir que o MEC aceite fixar o alvo público do ENEM – com a definição de que o Exame é para quem tem curso de licenciatura em nível superior. Mas, se o MEC topar, as entidades vão ter pressão em suas bases daqueles que têm formação apenas em nível de magistério 2º. Grau.
Qualquer coisa fora disso, ou seja, fora de uma definição de que o ENEM dos professores é para quem tem curso de licenciatura em nível superior, é incentivar o credenciamento e/ou incentivar a continuidade da formação em nível médio, o que não é uma boa política de qualificação.
Eis a sinuca.