Postado originalmente na Uol em 25/01/2011
Hoje foram divulgados nos Estados Unidos os resultados do NAEP (uma espécie de Prova Brasil com outro desenho metodológico) para a disciplina de Ciências. Foram testados alunos da 4a., 8a. e 12a. séries.
Cerca de dois terços da nação não conseguiu demonstrar proficiência em Ciências, na quarta série, reportou o governo federal, o que significa que a média dos estudantes provavelmente fique embaraçada quando solicitada a interpretar um gráfico de temperatura ou explicar um exemplo de transferência de calor”. A notícia ecoou pelo Washington Post. Considerando que a lei de responsabilização federal determina que em 2014 todos os alunos estejam proficientes nos Estados Unidos, a realidade vai ficar longe da meta.
O mesmo ocorreu, como divulgamos no ano passado, com leitura e matemática. Nem toda a responsabilização, pressão sobre professores e diretores, privatização, fechamento de escolas, demissão de diretores e professores consegue melhorar a educação americana, revelando o fracasso destas políticas.
Segundo o jornal, “setenta por cento dos estudantes da oitava série e 79 por cento no 12º ano de escolarização também ficaram aquém na proficiência em Ciências na Avaliação Nacional de Progresso Educacional, uma medida chave de desempenho em uma matéria que o presidente Obama e os líderes empresariais consideram fundamental para a competitividade americana.”
“É decepcionante”, disse Francis Eberle, diretor executivo da National Science Teachers Association, com sede em Arlington. “Basicamente, ele diz que Ciências não tem sido parte da agenda. A disciplina de Ciências teve muito pouca atenção.” Ele disse que a leitura e matemática – o foco da maioria dos testes padronizados do estado – têm espremido o tempo das aulas de Ciências no dia a dia da programação da sala de aula.”
Para funcionários do governo “o presidente Obama quer ampliar o currículo das escolas, colocando mais foco em Ciências e outros assuntos, através de uma revisão da lei de 2002 No Child Left Behind.” A reportagem conclui dizendo que “os dados fornecem um instantâneo do desempenho decepcionante em Ciências nas escolas do EUA no início do século 21.”
Ainda dá tempo de não repetirmos os mesmos equívocos.