Postado originalmente na Uol em 11/10/2010
MOVIMENTO CONTRA TESTES DE ALTO IMPACTO NA EDUCAÇÃO
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Email: sitemovimento@uol.com.br
Convidamos você para uma primeira reunião com os organizadores do Movimento Contra Testes de Alto Impacto (conhecido como High-Stakes Testing em inglês) que ocorrerá durante a Reunião Anual da ANPEd. No evento divulgaremos a hora o dia e o local da mesma. Testes de alto impacto são avaliações que têm sérias conseqüências associadas a ela como, definir se um aluno continua a estudar em um nível superior, definir o salário de professores, definir a continuidade de uma administração escolar, exposição pública de profissionais e da escola e outras. Este Movimento tem o objetivo de lutar contra a apropriação indevida do campo da avaliação pelas teorias de responsabilização (accountability) na educação. As conseqüências nefastas desta apropriação já estão claras tanto aqui, como nos países que assim procederam gerando falseamento nos dados de avaliação de desempenho; indução à desonestidade; substituição dos esforços de ensino pelos de “preparação para testes”; estreitamento curricular reduzindo-o à dimensão do teste; segregação das camadas mais pobres em guetos escolares; desestruturação profissional do magistério; extrema ansiedade em alunos, professores, administradores e pais, privatização acompanhada de sucateamento do sistema público educacional; antecipação da escolarização na educação infantil; desenvolvimento da indústria de avaliação em associação com editoras, transformando o campo em um grande mercado de negócios; entre outras.
A avaliação de política pública, tarefa de governos, deve ser desenvolvida sem o recurso a exposições públicas, premiações ou castigos destinados a responsabilizar alunos, professores, administradores e pais pelas conseqüências educacionais da falta de condições. Somente uma concepção estreita e limitada de educação pode chegar à conclusão de que existem investimentos suficientes na educação brasileira.
Alunos não podem ter sua vida definida por uma única medição feita em testes que o impedem de prosseguir em seu processo de desenvolvimento; professores não podem ter seu desenvolvimento profissional condicionado a medições em testes; as escolas não podem continuar a ser submetidas à execração pública. Tais testes, produzidos pelos governos, além dos problemas já citados, têm algoritmos de processamento e padrões de qualidade que não são transparentes e públicos.
A exposição pública e a vergonha não são a melhor forma de se motivar alunos, profissionais da educação e pais. É preciso trabalhar com eles e não contra eles.