Em entrevista, Janine alerta para riscos dos ranqueamentos. Não é a primeira vez que ele explicita os limites destes procedimentos. A solução para isto é muito fácil, basta que as avaliações sejam amostrais, para que o problema dos rankings seja resolvido. Monitorar políticas públicas não exige avaliações censitárias e sim amostrais. De quebra, são mais baratas.
Ranking de escolas por nota do Enem não é um bom serviço ao público, diz Janine
Aline Leal – Agência Brasil – 31/08/2015 – Brasília, DF
O ministro da Educação, Renato Janine, disse hoje (31), em entrevista ao jornalista Luiz Nassif, no programa Brasilianas.Org, da TV Brasil, que um ranking feito com as notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) pelas escolas não é um bom serviço ao público. “Não levem [o ranking] a ferro e fogo”, aconselhou.
Todos os anos, escolas privadas fazem um ranking baseado na nota que cada instituição teve no Enem. Muitas fazem anúncios publicitários com sua posição na lista, para se colocarem como as melhores do mercado. Janine disse que algumas escolas pequenas podem ter notas muito altas, mas elas excluem a maioria dos estudantes tanto pelos preços quanto pela seleção de novos alunos.
O ministro também sustentou que as escolas devem ser inclusivas. “Isso é muito importante para que as pessoas tenham a visão de que o mundo é complexo”, argumentou, complementando que escolas muito pequenas tendem a ter pessoas muito parecidas e que isso prejudica a visão de mundo dos estudantes.
Isso que se diz do ENEM, vale para o IDEB. Ocorre que escolas inclusivas, cobradas e premiadas por IDEB alto, tendem a ser mais e mais excludentes, pois os alunos pobres (e “diferentes”) derrubam as médias e dificultam o recebimento de bônus. Portanto, o ranqueamento, quando é divulgado, o mal já está feito. É preciso evitar a prova censitária associada a premiação (seja simbólica ou em dinheiro).
Bom, o ministro falava sobre o Enem, e como bem sabes, o enem não é censitário, muito menos dá pra fazer uma avaliação que define entrada para o sistema universitário amostralmente. No mais, a critica do janine está correta.
Sem dúvida. ENEM não é avaliação. É seleção. No entanto, o raciocínio vale para a Prova Brasil, para a ANA que se preferiu cancelar por falta de dinheiro a fazê-la amostral. Abraço.