Interessante estudo de Gabriel Zanlorenssi e Rodolfo Almeida publicado pelo Jornal Nexo mostra a concentração de alunos em sala de aula no Brasil. Ele mostra que “ao longo do ensino, as turmas se tornam cada vez mais cheias. No geral, escolas privadas têm turmas menores do que as das públicas.”
Como bem mencionou o Diretor da OCDE em relação ao Brasil:
“A relação extraordinariamente alta entre o número de alunos por professor em países ibero-americanos, como o Brasil, revela as condições de trabalho desafiadoras que muitos países enfrentam. Com classes cheias, o tempo que os professores podem dedicar a preparar lições e apoiar os alunos individualmente é severamente limitado.
Esta situação é mais crítica quanto mais o estudante procede de classes sociais com menor nível sócio-econômico. Portanto, não basta dizer, pura e simplesmente, que a escola deve “lidar com variáveis que ela pode afetar”, como frequentemente se ouve no MEC, e esquecer dos seus efeitos do nível sócio-econômico só por ser uma variável externa à escola, à qual ela não tem acesso para mudar. Mesmo não sendo uma variável que a escola possa mudar, cabe aos gestores da educação disponibilizar as condições de trabalho que se fazem mais necessárias para que os professores possam levar em conta, na sala de aula, a procedência das crianças. Uma destas condições indispensáveis é exatamente a diminuição de alunos por sala de aula.
Esta é uma das razões pela qual a reforma empresarial baseada em responsabilização por testes fracassa.
Ótimo post, realmente o alto número de alunos por sala de aula é um problema na educação pública brasileira.
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Depois de 30 anos na educação básica onde vivenciei essa realidade de superlotação de alunos nas salas de aula penso que ela está diretamente ligada não somente às dificuldades no processo ensino aprendizagem como também à saúde dos professores, notadamente dos professores das disciplinas que contemplam apenas 2 ou 3 tempos por turma. Isso é um massacre implementado por políticas educacionais de governos onde a qualidade da educação nem chega a ser um discurso. Uma lástima, uma mais valia escancarada de uma educação fordista.