A Folha de São Paulo traz hoje uma entrevista com Persio Arida, da era FHC e provável futuro Ministro da Fazenda de G. Alckmin (PSDB), candidato a presidente nas próximas eleições. A orientação privatista do programa é apresentada nesta entrevista. Para Persio, é necessário uma “desconstitucionalização” de gastos para que a gestão da economia não fique “engessada”, evidenciando que, para o “mercado”, o que se fez na gestão Temer, cortando gastos em saúde e educação através de MP, ainda é insuficiente.
“Um aspecto muito importante, que estamos discutindo no partido, é a desconstitucionalização de alguns assuntos. Seria uma proposta de emenda que tiraria da Constituição alguns itens para deixá-los em leis complementares, sem mudar o mérito de nada.”
Sua visão privatista em relação à saúde e educação – gastos que deverão ser desconstitucionalizados e transferidos para legislação complementar, mais fácil de ser alterada – é claramente formulada na entrevista:
“Para o estudante, não importa quem construiu a escola. Para quem vai ao hospital, não importa se o médico é funcionário público ou trabalha para uma organização social contratada para gerir o hospital. O que as pessoas querem é ser bem atendidas.”
Ainda está nas preocupações do articulador de Alckmin estabelecer metas a serem atingidas pela educação a serem alcançadas nas avaliações internacionais como o PISA.
Leia a íntegra aqui.
A afirmação parte da ideia de que o serviço público jamais poderá dar uma boa atenção às pessoas e desconhece todas as mazelas associadas à operação de organizações sociais tanto no Brasil como no exterior. Ver também vídeo CPI das organizações sociais.
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Em entrevista posterior, no dia 8-05, Alckmin esclareceu a posição de Arida sobre gastos sociais e negou que queira retirar da Constituição artigos que preveem gasto mínimo em áreas sociais como saúde e educação. Segundo ele, Persio Arida foi mal compreendido. Alckmin defendeu o papel do Estado, mas não negou as ideias de privatização veiculadas por Arida.
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