BNCC vai ser “aprimorada”: nada a comemorar

As bases nacionais comuns que estão sendo aprovadas no Brasil têm a função de permitir o aumento do controle sobre as redes públicas naquilo que ensinam e como ensinam. Quem faz esta sintonia fina são os processos de avaliação associados a elas, bem como a indústria do material didático.

Nada a comemorar no anúncio do MEC sobre eventuais mudanças na BNCC do ensino médio. Nossa base é outra e a reforma do ensino médio deve ser revogada.

Nas críticas que apareceram recentemente à base do ensino médio (e do fundamental) a questão da avaliação nem é tocada. Somente poderia haver uma relativa democratização das bases se elas fossem seguida de avaliações amostrais e não censitárias, como é no Brasil. Mas os interlocutores do MEC não são os profissionais da educação e sim os movimentos financiados pelos empresários: Todos pela Educação e Movimento pela Base.

O fato é que as bases propostas pelo MEC e pelo CNE não são adequadas e as mudanças que o MEC agora ensaia podem até piorar a situação, já que se pretende dar maior explicitação às competências e habilidades na BNCC do médio, como já se fez com a do fundamental.

“Dá para aprofundar competências e habilidades específicas dos itinerários formativos, desde que não traga engessamento ao trabalho das redes”, afirmou Rossieli. “Entendemos agora, ouvindo a sociedade, que devemos aprofundar isso, e faremos.”

Nada a comemorar.

Sobre Luiz Carlos de Freitas

Professor aposentado da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP - (SP) Brasil.
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