Além da audiência de São Paulo, agora foi a vez dos educadores de Belém, no Pará, protestarem contra a base nacional comum curricular (BNCC) do ensino médio. A audiência que ocorreria ontem, dia 10 de agosto, foi cancelada.
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A ANPEd divulgou nota a respeito:
“Na manhã de hoje, dia 10 de agosto de 2018, estudantes, dirigentes de sindicatos de professores e pesquisadores, ocuparam a mesa e o auditório no qual se realizaria a Audiência Pública sobre a BNCC, proposta pelo Conselho Nacional de Educação. A manifestação teve início com a movimentação de um grande número de trabalhadores da educação e estudantes que reivindicaram entrar no espaço (um hotel no centro da cidade) e foram impedidos pela coordenação do evento com auxílio de seguranças e policiais militares.
Após muita pressão, estudantes e professores conseguiram entrar no espaço e um grupo ocupou a mesa de debates. A tônica das manifestações foi o repúdio à apresentação e tentativa de legitimação da Base Nacional Comum Curricular. A Audiência foi cancelada e em lugar, instalou-se um Ato político de repúdio à BNCC e demais políticas do atual Governo Federal.
A representação da ANPEd Norte no evento, (Profª Drª Lúcia Isabel Silva / vice-coordenadora do Programa de Pós-graduação em Educação da UFPA), usou a palavra para reafirmar os posicionamentos críticos da Associação à elaboração da BNCC, já amplamente divulgados desde o ano de 2015 em cartas e documentos públicos. Manifestamos (mais uma vez) nossa posição contrária, não apenas a esta versão da Base do Ensino Médio, mas às outras versões da BNCC para a Educação Infantil e Ensino Fundamental. A representante da ANPEd defendeu o respeito à autonomia e a liberdade dos sujeitos e grupos que fazem a educação no país e a valorização da diversidade como direitos e conquistas da população; criticou ainda, a lógica da homogeneização curricular a partir do mínimo, a metodologia de elaboração por um grupo de especialistas e, sobretudo, a direção das políticas do atual governo com cortes de recursos e adesão à lógica do mercado e das elites dirigentes que, com anuência do Governo e do MEC, passaram a ditar a agenda educacional no Brasil nos últimos anos.
Nossos cumprimentos aos estudantes e às trabalhadores da educação da Amazônia – mostraram disposição de luta e resistência que precisa ser mantida!!!”
Diretoria da ANPEd