Um fato, divulgado agora, referente ao desconvite de Mozart Ramos para o Ministério da Educação dá a dimensão do problema moral deste governo e mostra a gravidade do momento que estamos vivendo.
Em entrevista ao jornal Estadão sobre o que é relevante para uma política educacional, Mozart relata que foi, sim, convidado formalmente para ocupar o lugar de ministro de educação no governo Bolsonaro, mas logo depois, por pressão de bancadas temáticas, foi desconvidado. No entanto, Bolsonaro negou ter havido convite formal a Mozart e creditou a divulgação a “fake news”:
“o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), chamou de ‘fake news’ as notícias de que ele teria convidado para o cargo o pernambucano Mozart Ramos”…
Também o coordenador de comunicações da campanha de Bolsonaro e filho dele, Carlos Bolsonaro, repercutiu a informação:
“seu filho, o vereador Carlos, também havia republicado uma mensagem classificando a indicação de Mozart como “fake news.”
Na entrevista desta semana, Mozart diz claramente: “não fui cogitado, fui convidado mesmo” e continua: “o que mais me deixou triste (…) foi quando Bolsonaro disse que o convite foi fake news”. À época, Mozart preferiu o silêncio.
Convidar ou desconvidar é uma prerrogativa do presidente. Convidar e não anunciar um convite ou mudar de ideia face ao fluxo dos acontecimentos políticos, também. Até mesmo divulgar um nome como balão de ensaio para avaliar, é possível. Enquanto não é oficializado, tudo pode ocorrer. Nisso não há demérito nem para quem convida e nem para quem é convidado. É da política. Mas um presidente ocultar que tenha feito um convite chamando-o de “fake news” é outra coisa – e tem nome.
Leia toda a entrevista aqui.
É tudo tão deplorável… Ai de nós.