Diane Ravitch escreve em seu blog sobre a redescoberta da importância do magistério que a pandemia está propiciando:
“Valerie Strauss escreveu um artigo delicioso sobre pais que têm recentemente demonstrado respeito para com os professores, agora que a pandemia os obrigou a se tornarem professores em casa.
Eles descobriram que ensinar não é fácil. Eles perceberam o quão difícil é ensinar duas ou três crianças e ficam surpresos que os professores possam lidar com salas de 24 ou mais ao mesmo tempo.
Muitos pais em todo o país – e, presumivelmente, em todo o mundo – estão desenvolvendo um novo apreço pelos professores de seus filhos, agora que estão em casa com eles durante a pandemia de coronavírus assumindo o papel de educadores. Cerca de 1,5 bilhão de estudantes em todo o mundo foram afetados pelo fechamento de escolas durante a crise, e os pais cujos empregos não são considerados “essenciais” para manter o país funcionando estão em casa, assumindo o papel de professores improvisados. É muito mais difícil do que muitos deles imaginavam, como você pode ver no tweet abaixo. Um dos pais, Shonda Rhimes, twittou:
“Ensinei em casa uma criança de 6 e de 8 anos por uma hora e 11 minutos. Os professores merecem ganhar um bilhão de dólares por ano. Ou por semana.”
Leia aqui.
Que louvor às professoras e aos professores! Lindo! Obrigada!
Otimismo um pouco ingênuo, devo dizer.
Os empresários da educação já estão aproveitando a situação para colocar em prática algo que se via na Reforma do Ensino Médio: a substituição de aulas na educação básica para o formato EAD (agora com 100% da carga horária).
Isso só significa uma coisa à classe docente: mais carga de trabalho não remunerado, trabalhos mais baixos, maior competição e sucateamento dos processos educacionais.
Em escolas particulares já existem “abaixo-assinados” dos pais pedindo a diminuição do salário dos professores para que ganhem um abatimento nas mensalidades.
No caso da educação, tudo indica que precarização das relações trabalhistas será a regra de ouro no período “pós-corona”.
Ensinar é uma arte e requer muita paciência, criança gosta de brincar, de estar em contato com outras crianças, e o isolamento não favorece o conhecimento social.
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