Sob pressão, Renato Feder, hoje Secretário da Educação do Paraná e ministro indicado para o MEC, renuncia. Um governo hibrido como o atual, que reúne de conservadores tradicionalistas a neoliberais e que envolve militares, evangélicos, olavistas e até grupelhos neofacistas, tem dificuldades para formular e encaminhar políticas públicas.
É o caso do Ministério da Saúde, onde os militares foram chamados para apaziguar a disputa convertendo-o, como diz Reinando Azevedo, em um departamento do Exército com 25 militares ocupando postos, e o Ministério da Educação que, em 10 dias ou menos teve dois ministros indicados e que renunciaram a caminho da posse em meio ao tiroteio interno do governo. O primeiro foi Decotelli e agora Feder.
O ministro indicado, Feder, anunciou – seguindo a diplomacia – que “renunciou” ao convite de Bolsonaro. A fritura foi forte e por duas vezes seguidas o nome esteve no topo da indicação. O que ocorreu a Feder deveria ser um alerta a todos os que prezam sua biografia: cuidado ao se aproximar do furdúncio bolsonarista. Nos bastidores, evangélicos, olavistas e militares se engalfinham ruidosamente para emplacar alguém de suas fileiras. Os militares, que não deviam ter entrado no governo, agora não sabem como sair e estão sendo arrastados cada vez mais para dentro do turbilhão.
Com Feder, a reforma empresarial da educação estava garantida, seria retomada como nos velhos tempos de Temer. Uma fila de adeptos já começava a ser formar na porta do MEC. O empresariado já comemorava. Agora, terão que aguardar para ver quem será o novo indicado e se, a caminho da posse, resistirá.
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