Eleutério Prado: o extremismo neoliberal

Eleutério Prado escreveu um excelente artigo divulgado pelo portal “A terra é Redonda”. Nele, o autor chama a atenção para o uso da palavra facista como uma espécie de etiqueta “que pode ser colocada em qualquer lugar que pareça interessante”.

Apoiando-se em Pachukamis e em Ruy Fausto o autor aponta, tendo como pano de fundo a lei tendencial da queda das taxas de lucro médias, que o Estado – atuando como “estado socialdemocrático” ou como “estado neoliberal” – “passou a administra o sistema para garantir, mas também para restaurar se necessário, a lucratividade dos capitais, para estimular e dar garantias aos investimentos, para promover o crescimento econômico.”

No caso “socialdemocrático” atua procurando acolher, dentro de certos limites, as demandas populares, e no “estado neoliberal” anulando-as. À medida que a crise se agrava o neoliberalismo evolui “para formas extremistas, já não mais democráticas mesmo no sentido liberal e restrito do termo”.

A dificuldade que enfrenta [o Estado] vem da própria lei da acumulação baseada na taxa de lucro. Ademais, como a crise é estrutural, como a destruição do capital superacumulado se tornou políticamente impossível, a taxa de lucro não pode crescer sustentadamente nem no curto prazo – eis que sua tendência persistente é decrescer. Como se sabe, ela não é uma variável que pode ser manipulada ao bel prazer da classe dominante”.

Leia o artigo aqui.

Independentemente das alianças políticas que os neoliberais façam com as forças conservadoras, como se viu com Bolsonaro e se vê agora com Miley na Argentina, as soluções econômicas são feitas dentro do marco de um neoliberalismo extremado.

Chamar este complexo movimento que se desenvolve no interior de uma crise estrutural do capital de “facista”, esconde sua natureza e sugere que ele seja tão somente uma questão política e cultural. No entanto, é mais grave ainda, pois é alimentado por problemas estruturais cujos horizontes de solução não estão postos dentro dos marcos do capital.

Sobre Luiz Carlos de Freitas

Professor aposentado da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP - (SP) Brasil.
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Uma resposta para Eleutério Prado: o extremismo neoliberal

  1. Cecilia Maria Aldigueri Goulart disse:

    Feliz Ano Novo, Luiz Carlos! Para você e família!
    Saúde, paz, alegria e a luta de sempre por uma sociedade justa, democrática.
    Com um abraço,
    Cecilia

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