Postado originalmente na Uol em 8/02/2011
6.000 professores de 470 escolas de Los Angeles foram ranqueados por calculo de valor agregado tomando por base dados de seus alunos entre 2004 a 2009. O estudo está de acordo com a tendência americana de usar dados de vários anos para estabelecer o ranqueamento dos professores. Chamam tais técnicas de meritocracia de segunda geração. Segundo os proponentes da metodologia, a primeira geração não funcionou porque era baseada em dados de um único ano de medição. Além disso, a recompensa era dada diretamente ao professor, enquanto a nova geração privilegia dar a recompensa para a equipe da escola a partir da tendência observada em vários anos de medição.
Seja na sua primeira geração, seja na segunda geração, a meritocracia americana continua encontrando problemas como mostram os links abaixo. Grupos independentes de pesquisadores usando a mesma base de dados constatam equívocos no ranqueamento divulgado pelo Los Angeles Times que variam de 13,9% a 22,3%.
A reportagem inicial do Los Angeles Times está em:
http://www.latimes.com/news/local/la-me-teachers-value-20100815,0,2695044.story
O ranqueamento dos professores de Los Angeles está em:
http://projects.latimes.com/value-added/
E o estudo que mostra que o modelo de valor agregado não tem estabilidade para ranquear professores de Los Angeles, usando os mesmos dados do Los Angeles Times, está em:
http://nepc.colorado.edu/publication/due-diligence
A questão ética que estes estudos levantam é grave. O novo estudo do NEPC mostra que em leitura, há 516 professores sub-ranqueados (falso negativo) e 612 professores sobre-ranqueados (falso positivo). Ou seja, 516 deveriam estar em uma melhor posição do que estão no ranking (falso negativo) e 612 estão acima do que deveriam estar de fato (falso positivo). Para matemática, o estudo mostra que existem 257 falsos negativos e 454 falsos positivos.
A polêmica explodiu ontem no Los Angeles Times.
Ante a tentativa do Los Angeles Times de abafar os resultados de seu duvidoso ranqueamento, o NEPC divulgou nota que pode ser lida em: