Postado originalmente na Uol em 1/07/2010
O ENEM foi instituído para verificar a qualidade do ensino médio. Logo virou exame de ingresso para a Universidade e agora vira Exame de Certificação.
É a lógica natural que prevejo para o Exame Nacional de Ingresso na Carreira Docente.
Na página do INEP pode-se ler:
“Enem pode ser feito por adulto que não cursou o Ensino Médio
O Enem – Exame Nacional do Ensino Médio – pode ser feito por pessoas que estejam pleiteando certificação nesta etapa de ensino. Ou seja: pessoas que não cursaram ou não concluíram o Ensino Médio e que, agora, têm a chance de fazer a prova do Enem e, atingindo a pontuação mínima exigida – 400 pontos em cada uma das quatro áreas de conhecimento e 500 pontos na redação -, receberão seu certificado de conclusão.”
Uma vez instituído um Exame que se supõe pode selecionar bons professores, a lógica natural que virá é esta: se serve para selecionar bons professores, porque não para certificar também. Quem passa nele, independentemente de ter feito ou não um curso específico, sabe e tem as características de um bom professor. Para isso o INEP já listou os 20 mandamentos do bom professor em seus referenciais para o Exame.
Quando se liberam as forças do mercado – e o Exame vai criar um grande mercado nacional de professores -, elas operam independentemente de quem as liberou, não importando mais o que o autor pensou.