A visão gerencialista da Folha de SP (29-06-13) defende hoje que os recursos adicionais para saúde e educação sejam acompanhados de melhorias na gestão. Quais? As mesmas que os reformadores empresariais americanos usam há mais de 10 anos e não produziram efeitos benéficos para a educação americana: captar as melhores cabeças para a educação com o pagamento de bônus; ampliar a política de bônus para os diretores das escolas (por que não para os Secretários também?); e conclui:
“Assim como na educação, não é possível avançar de forma consistente na saúde sem um programa de reforma gerencial. Organizações sociais, desde que devidamente fiscalizadas, decerto têm muito a contribuir neste sentido.”
Está dado o recado: privatizar.
E de nada vai adiantar colocar na lei que os recursos públicos serão investidos na educação pública, pois as escolas de gestão terceirizadas continuam sendo públicas. Muda só a gestão.
Para garantir a educação pública é preciso garantir que os recursos públicos serão investidos na educação pública com gestão pública.
As manifestações, como já adiantei, vão só complicar e acelerar este quadro. Pressionados, os governos vão privatizar para tentar mostrar resultados.
Caro Professor. Em um dos cartazes nessa manifestação estava escrito:”PAÍS DESENVOLVIDO NÃO É AQUELE NO QUAL POBRE TEM CARRO, MAS SIM AQUELE EM QUE RICO USA TRANSPORTE PÚBLICO”. Creio que essa frase sintetiza o cuidado que tanto o senhor nos alerta ser necessário. Parafraseando… para a educação já fica mais complexo: “PAÍS DESENVOLVIDO NÃO É AQUELE QUE SE ACREDITA QUE ESCOLA PRIVADA SEJA MELHOR QUE A ESCOLA PÚBLICA, MAS SIM AQUELE QUE TEM ESCOLAS PÚBLICAS COM O ADEQUADO ENTORNO SOCIAL QUE PERMITA CRIANÇAS E JOVENS, RICOS E POBRES, APRENDEREM IGUALMENTE”.