No início do ano passado comentei aqui sobre algo parecido com uma “pedagogia penal” imposta às crianças mais pobres em nome do aumento da qualidade da educação. A questão voltou a aparecer agora com as 10 escolas de Goiás militarizadas.
Também comentei sobre as “inovações” metodológicas das escolas charters americanas que introduziram multas para seus alunos. Esta mesma cadeia de charters, a Nobel, volta a chamar a atenção em Chicago.
Como diz Ravitch, o “segredo do sucesso destas privatizadas” está bem claro agora: chama-se segregação social, ou seletividade dos alunos que a frequentam. As taxas de expulsão dos alunos da cadeia de charters Nobel é agora conhecida.
“Os dados revelam que durante o último ano letivo, 307 alunos foram expulsos das escolas charters, que têm um registro total de cerca de 50.000 alunos. Nas escolas de gerência pública distrital, teve-se 182 crianças expulsas de um registro total discente de mais de 353.000 alunos.
Isso significa que a taxa de expulsão das charters foi de 61 alunos para cada 10.000 alunos, enquanto que nas escolas de gerência pública distritais a taxa foi de apenas 5 alunos em cada 10.000 alunos.”
Eis o “segredo” do sucesso.
Assim fica fácil “melhorar a qualidade”. Esta é a consequência da introdução da lógica da iniciativa privada nos assuntos educacionais. Educação não é mercado é direito. Se a lógica da concorrência penetra na educação, a segregação aumentará, como mostram os dados americanos.