Carta do Fórum de Diretores de Faculdades de Educação e da Associação Nacional pela Formação de Profissionais da Educação desenha a resistência a ser dada contra as ações da coalisão conservadora que assumiu o MEC e o próprio governo federal. Na mira da resistência e das lutas estão a privatização e a meritocracia, entre outras. A carta ainda não reconhece o governo interino de Temer como legítimo. Diz:
“Consideramos que a instabilidade institucional da atual conjuntura, desencadeada pelo processo de impeachment, que afastou temporariamente a Presidenta da República eleita Dilma Rousseff e anunciada pelos projetos do governo interino − que não reconhecemos como legítimo − abre um perigoso precedente para a retirada de direitos sociais, duramente conquistados, e para a instauração de processos autoritários e de perseguição aos movimentos organizados da sociedade.”
O documento propõe uma maior resistência e enfrentamento a processos de mercantilização da educação e a não subordinação a normas e regulações que visem à padronização curricular com objetivo de facilitar avaliação e ranqueamento de escolas na obtenção de maior grau de comparabilidade, ação necessária para produzir competitividade, com foco exclusivo nas demandas do mercado.
Ainda rejeita a adoção de sistemas de bonificação do trabalho docente atrelados ao desempenho do estudante, bem como recoloca a necessidade de destinação das verbas públicas exclusivamente para a educação pública (não privatizada).
Em relação à Base Nacional Curricular de formação de professores, o documento opta pelo fortalecimento das já existentes Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação de Pedagogia (2006) e das Diretrizes Curriculares Nacionais de Formação Inicial e Continuada de Profissionais do Magistério (2015), como instrumentos de resistência contra processos de desprofissionalização docente.