Sai portaria que incorpora a Educação Infantil no PNAIC – Programa Nacional de Alfabetização na Idade Certa.
O programa inclui uma linha de financiamento de avaliações feitas pelo INEP, pelas Redes e/ou pelas próprias escolas.
Ver também “MEC escolariza Educação Infantil – II“
A devastação no MEC continua…
O documento não cita que os professores da Educação Infantil irão participar do PNAIC e sim que terão formação continuada no âmbito do PNME (Programa Novo Mais Educação), que trata da Educação Integral. A fase para alfabetização não foi antecipada para a Educação Infantil, e sim prorrogada do segundo ano do Ensino Fundamental para o terceiro ano.
Primeiro, os professores terão formação continuada em cima do que especifica a base e a base já é em si, escolarizante. Segundo, a questão central não é a formação continuada, mas como disse, é a questão da avaliação que não se restringe à educação fundamental. Note que chega até a escolas. É a avaliação que gera o movimento em direção à escolarização.
Luiz Carlos
Mataram a infância!
O único problema que vejo, é que as secretarias de educação, ao invés de indicarem professores com boas práticas em sala de aula para serem formadores, vão indicar os seus cargos políticos, muitos que mal sabem o que é uma sala de aula.
Amei !!!
Agora ficou fácil para os municípios permanecerem com a prática de ensino centrada no professor, desde a educação infantil. Preparo para mão de obra escrava precoce. Retrocesso infinito neste governo.
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A BNCC vem sendo apresentada como estratégia estabelecida para melhorar a qualidade da educação básica no país pauta-se na distinção de conhecimentos e habilidades denominados “mínimos” e “essenciais” para todos os estudantes brasileiros. Seu efeito direto fará presente não só nas escolas, mas também nos cursos de formação de professores, nas produções de material didático e no tempo escolar dos alunos.
A educação fundamental é a etapa que tem a estrutura defendida como a mais inovadora pelos redatores da versão final do documento. Ela não obedece a divisões mais tradicionais por área do conhecimento e componentes curriculares, faz o cruzamento das áreas com os “chamados campos de experiência” que incorporam dimensões como o “brincar” e “explorar”, consideradas indispensáveis à formação da criança.
No entanto, uma das diretrizes aprovadas na terceira versão da BNCC foi alvo de critica entre pedagogos e especialistas, a terceira versão do documento prevê o adiantamento da alfabetização das crianças. Segundo o documento, todos os estudantes devem estar alfabetizada até o fim do segundo ano; na versão anterior o prazo era até á terceira série.
Neves, Gouveia e Castanheira (2011) criticam a ampliação da obrigatoriedade escolar na educação infantil que, segundo os mesmos, acaba antecipando a escolarização desses sujeitos e retirando da rotina escolar dimensões como o “brincar” e o “explorar”, considerados fundamentais para o desenvolvimento cognitivo, motoro e social dos alunos.
Nesse sentindo, a ponta Neves, Gouveia e Castanheira (2011); Clementino e Oliveira (2017) as praticas discursivas nas escolas de ensino fundamental atualmente estão relacionando-se mais a uma metodologia de ensino que visa a transmissão do conhecimento; resposta e avaliação. Essa não é uma idéia fácil de aceitar, porque para um país que busca uma educação que, para além da inclusão, reconheça a formação não enquanto transferência de conhecimento, mas como um processo fundamental para nossa constituição como pessoas de direito.
Assim sendo, a participação democrática na elaboração curricular é um fator decisivo no combate a educação pautada nos resultados, uma vez que o docente, como sujeito ativo no processo de ensino-aprendizagem, agente articulador dos saberes adquiridos na experiência, que vivencia e conhece a realidade cotidiana da escola tem participação decisiva no plano de escolha do currículo.
Souza (2009) chama a atenção, também, para a figura da comunidade como construtora dos documentos nacionais de educação. Desse modo, o currículo como campo onde são decididas as intenções de ensino, seus procedimentos e métodos, não possui neutralidade em seus planos e ações e assim contribui integralmente para a manutenção ou alterações das relações sociais.
Portanto, a participação de professores, alunos e comunidade na elaboração curricular é um fator decisivo na construção de atitude de compreensão e, consequentemente, aceitação e respeito à diversidade cultural, uma vez que seja sistema e intencionalmente planejado por todo por todos para que sua carcaça de aparente neutralidade seja retirada dos seu corpo afim de torná-lo uma ferramenta de combate ao descaso com a diversidade tão inerente a sociedade e, especificamente, no ambiente escolar.
BIBLIOGRAFIA
NEVES, V. F. A.; GOUVÊA, M. C. S.; CASTANHEIRA, M. L. A passagem da educação infantil para o ensino fundamental: tensões contemporâneas. Educação e Pesquisa, São Paulo, v.37, n.1, 220p. 121-140, jan./abr. 2011.
CLEMENTINO, Ana Maria; OLIVEIRA, Dalila Andrade. Novos sujeitos docentes e suas condições de trabalho: uma comparação entre o Programa Escola Integrada e o Projeto Educação em Tempo Integral. Em Aberto, Brasília, v. 30, n. 99, p. 99-113, maio./ago. 2017.
SOUZA, A. R. Explorando e construindo um conceito de gestão escolar democrática. Educação em Revista. 2009, vol.25, n.3, pp. 123-140.
Essa formação será ótima para os professores de Educação Infantil.