A fraude que está sendo apurada na contratação de uma Organização Social para gerir um hospital em Campinas não serviu como alerta para os equívocos da privatização do serviço público. Peter Greene, nos Estados Unidos, ante as mesmas fraudes, tem chamado as OSs sem fins lucrativos de “máquinas de lavagem de dinheiro”.
Mas para os que têm fé na privatização, nada disso serve de alerta. Sempre se alega que haverá uma “mudança de modelo”, que a “regulamentação” vai ser melhor, etc. etc. É como se houvesse vida inteligente só do lado de cá e que a bandidagem fosse imbecil. Se muda a forma do lado do contratante, muda a forma de roubar também do lado do meliante. É um jogo de gato e rato que pode ser visto em quem já usa a estratégia de privatização há mais tempo. Fé na tecnologia e na polícia não resolve.
Campinas podia olhar para o que está acontecendo no município de Santos (SP) que também adora privatizar a saúde. É só entrar neste site e acompanhar.
Mas para o Secretário de Saúde de Campinas:
“Nós vamos ter que mudar o sistema de prestação de contas, já estamos estudando um novo departamento onde a gente possa fazer todos esses controles, seja de produção técnica, vamos dizer, serviços e contábil financeiro. O sistema que temos tinha tudo para funcionar bem, mas houve esse problema. Estamos estudando um novo modelo de controle e avaliação”, diz Souza.”
“O modelo não está descartado, ele é um modelo que existe no estado todo, no Brasil, apesar de ser relativamente contestado, tem sido adotado por várias gestões. Nós tivemos um problema em particular com esta OS [Vitale], não significa que possamos usar em outras circunstâncias, até porque temos lei específica para isso”, avalia o secretário de Saúde.”
Leia mais aqui.
E assim vamos, de fraude em fraude, destruindo o sistema público e enchendo, por várias formas, legais ou não, o bolso do empresariado que se apresenta sob o manto do “sem fins lucrativos”…