Bilionários de todo o mundo, uni-vos!

Nos Estados Unidos, meia dúzia de Fundações de bilionários definem a política educacional do Departamento de Educação que, aliás, tem como secretária atualmente, uma bilionária da família DeVos.

A consigna de Marx chamando os trabalhadores a lutarem contra a opressão: “trabalhadores de todo o mundo, uni-vos”, agora tem seu contraponto em um chamado de Bill Gates e Warren Buffet para que os bilionários do mundo se unam em um projeto de doações de suas fortunas chamado “Giving Pledge” ou Compromisso de Doação”.

 “Agora temos 183 compromissos em 22 países diferentes. Essas promessas estão sendo dadas a uma gama diversificada de causas, incluindo alívio da pobreza, assistência em desastres, saúde global, educação e pesquisa médica. A filantropia pode ser ousada, assumir riscos importantes e incubar novas ideias. Ele também pode se associar efetivamente ao governo para ampliar as inovações para obter o máximo impacto.”

É óbvio que bilionários não querem mudar o mundo. Por que haveriam de querê-lo? O que chamam de mudança é meramente cosmética e supõe apenas a otimização da lógica social atual. Para bilionários, os problemas sociais que temos podem ser corrigidos com mais dinheiro e caridade (com alguma pitada de tecnologia). Não são problemas gerados pela própria lógica de funcionamento de um sistema que acumula riqueza em uma ponta à custa da pobreza na outra.

Para eles, o sistema, em si, é bom e os problemas sociais devem ser minorados (pelo menos para não colocarem o sistema de acumulação em cheque, ou seja, manter o status quo) para que continue e se aprimore.

O apelo de Gates foi atendido no Brasil por Elie Horn:

“O empresário Elie Horn é aquele tipo de pessoa que, de um jeito ou de outro, vai impressionar o interlocutor. Fundador da Cyrela, a segunda maior incorporadora imobiliária brasileira, este judeu ortodoxo nascido na Síria há 73 anos é um caso singular na história empresarial do país. Horn decidiu doar 60% de sua fortuna pessoal para a filantropia. Jamais, em tempo algum, qualquer outra pessoa fez algo parecido no Brasil. Não é só. Ele é também o único brasileiro a integrar o The Giving Pledge, espécie de clube idealizado por Bill Gates para estimular bilionários a bancar projetos de forte impacto social.”

Leia a entrevista aqui.

Sobre Luiz Carlos de Freitas

Professor aposentado da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP - (SP) Brasil.
Esse post foi publicado em Assuntos gerais, Meritocracia, Privatização, Responsabilização/accountability e marcado . Guardar link permanente.

2 respostas para Bilionários de todo o mundo, uni-vos!

  1. José Roberto Marcílio disse:

    Mas as pessoas são acomodadas, pode-se investir o que for, é difícil mudar a cultura as inda mais no Brasil!

  2. Pingback: Cortes na CAPES, alguma novidade? – Jornal Pensar a Educação em Pauta

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